Se você buscar no Google o nome “Paraisópolis”, as primeiras respostas a aparecer serão de links da TV Globo de sua atual novela das 19h, I Love Paraisópolis. É preciso descer um pouco a página para – aí sim – encontrar informações sobre a nada modesta comunidade da zona sul de São Paulo, que ocupa, no total, uma área de cerca de 1 milhão de metros quadrados. Maior que muita cidade por aí. E complexa. Tão complexa que é impossível conhecê-la apenas acompanhando a trama global.
Inserida no distrito de Vila Andrade, na região nobre do Morumbi, a favela se originou a partir do parcelamento da antiga Fazenda Morumbi, realizado em 1921, que definiu 2,2 mil lotes com quadras regulares de 10m x 50m. Eles seriam destinados à construção de residências para classes altas, mas, com o passar dos anos, foram abandonados pelos proprietários e começaram a ser ocupados por famílias de baixa renda, incluindo muitos migrantes nordestinos.
Esse processo foi intensificado a partir da década de 1960. Hoje, Paraisópolis é a segunda maior comunidade da capital, perdendo apenas para Heliópolis, situada também na zona sul. De acordo com o último censo, produzido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2010, ela abriga 55.699 moradores e 16.827 imóveis. Entidades locais discordam da medição e estimam a população em 100 mil habitantes.
Internamente, a área é dividida em cinco regiões: o Grotão, o Grotinho, o Centro, o Antonico e o Brejo. No Centro, a mais desenvolvida delas, ficam as famílias dos moradores mais antigos. Eles possuem casas de alvenaria, ruas asfaltadas, água encanada, energia elétrica. Nos outros, especialmente no Grotão, ficam os recém-chegados, normalmente sem-teto que acabam construindo barracos de madeira e se instalando em terrenos periféricos e precários.
Para comparar a representação feita por Bruna Marquezine e companhia com a imensa e diversificada realidade da favela, o Terra visitou alguns pontos conhecidos (e outros nem tanto) da área e ouviu relatos de quem vive por lá. São histórias de arte, luta e simplicidade, mas também de pobreza, abandono e descaso. Aqui você confere algumas.
“Sonho é ver isso tudo virar um bairro”
No começo dos anos 1980, diziam que a comunidade seria removida. Foi depois do período do Maluf, em que ele concretou tudo, sabe? Botou avenida, ponte, viaduto... E alguns seriam construídos aqui na região. Aí um grupo de moradores se uniu e foi fazer um protesto na frente de uma emissora de TV. Quando os viu, um jornalista falou que deveriam criar uma associação para organizar o movimento. Eles criaram, continuaram se mobilizando e fizeram com que a favela não fosse removida. Essa foi nossa primeira conquista.
O depoimento é de Juliana Gonçalves Rodrigues, de 31 anos, vice-presidente da União dos Moradores e do Comércio de Paraisópolis. Ela nasceu em São Paulo, passou a infância em Feira de Santana, na Bahia, e se mudou para Paraisópolis com a família quando completou 12 anos. Desde então, presenciou (e/ou protagonizou), com um baita orgulho, diversas outras lutas vencidas pela comunidade.
“Antes não era assim. Hoje temos quase tudo que precisamos aqui. É difícil eu ter que sair daqui para resolver alguma coisa. Comprar roupa, ir ao médico, ir ao banco, ir ao dentista. Isso é excelente. E fomos nós que conquistamos todos esses serviços. Os órgãos públicos, não sei o que acontece com eles... Somos em 100 mil pessoas e ainda temos que brigar para que nossos direitos sejam garantidos. É surreal”, disse.
Atualmente, suas principais reivindicações são a concretização do projeto de urbanização, cujas obras estão paradas há mais de dois anos; a canalização do córrego do Antonico, que atravessa a região e recebe esgoto das residências que não têm saneamento, fazendo com que alguns moradores convivam com bichos e mau cheiro; e o término da construção da Linha 17-Ouro do Metrô, o monotrilho, antes previsto para ser inaugurado em 2014. De acordo com ela, quatro linhas de ônibus passam pela favela (Campo Belo, Pinheiros, Santo Amaro e Princesa Isabel), sendo que todas ficam completamente lotadas desde as 6h.
“Meu sonho é ver isso tudo virar um bairro com todos os serviços que os moradores têm direito. Estamos há anos na luta por um hospital, pelo fechamento do córrego, pelas moradias. Vamos ficar realizados quando isso acontecer. O projeto de urbanização começou em 2005, mas, com mudanças de gestão na prefeitura, foi travando. Quero que melhore para que as pessoas não tenham mais preconceito. Se você tenta pegar táxi no Morumbi, o ‘cara’ não sobe. Mas tem muita gente do bem, cheia de talento, escondida nessas ruas. Queremos ser vistos como Paraisópolis das artes, Paraisópolis dos esportes”, afirmou.
Segundo a vice-presidente, houve um receio inicial quando a União foi informada de que a comunidade seria tema de uma novela da TV Globo. Foram necessárias diversas reuniões com os diretores para que a trama chegasse a um formato “aceito” pelos moradores. O próprio nome teve que ser modificado por algumas vezes. Eles estavam preocupados com a preservação de sua história e queriam que a emissora focasse nos pontos positivos da favela.
O desejo por urbanização, o surgimento de lideranças inesperadas e a academia de ballet são, por exemplo, inspirados na realidade local. O papel de Caio Castro, o temido líder Grego, porém, está longe de existir. “Bem que poderia, ele é lindo”, brincou Juliana. “Mas é muito fora da realidade. Não existe uma pessoa que manda e desmanda. Alguém que deixa as outras amedrontadas. Seria impossível. Olha o tamanho disso! Paraisópolis é um mundo”.
E, por mais que tenha resistido em revelar, ela contou, tímida, que também foi inspiração para uma das personagens: a divertida Danda, interpretada por Tatá Werneck. “Você acredita? Inspiração em minha pessoa? Não sou tão cômica assim, vai (risos)”, concluiu, bem-humorada.
“É difícil ver um parente morrer e saber que ele estaria vivo se tivesse atendimento”
Uma comerciante daqui separou do marido há uns três anos, mas ele não aceitou. Um dia, ele a abordou na rua do nada e começou a discutir. Ela estava com os dois filhos, bateu o pé e disse que não voltaria para casa de jeito nenhum. Ele sacou uma arma e atirou. Ela tinha uns 30 anos. Perdeu muito sangue, foi socorrida e chegou ainda com vida na AMA, mas não tem pronto-socorro lá. Aí ela não sobreviveu.
O caso foi lembrado por Elizandra Cerqueira, de 27 anos. Ela atua como coordenadora do circuito Paraisópolis das Artes, espécie de passeio guiado pela comunidade. Por isso, conhece a região como poucos – e sabe que a saúde é uma das áreas em que eles são mais carentes.
“Ainda não vi a novela levantar essa questão. Seria importante. Até porque não é um problema só de Paraisópolis. Quem mora em comunidade sabe: é muito difícil ver um parente morrer e ter certeza que ele estaria vivo se tivesse atendimento adequado. Vivemos uma crise tremenda em saúde. Para mim, o que o governo faz é um genocídio. É responsável todo dia por várias mortes. Mortes que poderiam ser evitadas e não são por puro descaso”, declarou.
Na comunidade funciona uma Assistência Médica Ambulatorial (AMA) 24 horas e três Unidades Básicas de Saúde (UBSs). Lá também existe o Programa Einstein na Comunidade de Paraisópolis, do Hospital Israelita Albert Einstein, que oferece um ambulatório médico e um centro de promoção especial à saúde. O hospital de referência para casos mais graves é o Dr. Fernando Mauro Pires da Rocha (Campo Limpo).
Elizandra nasceu na Bahia – faz parte do “povo avexado” (sinônimo de “apressado” ou “ansioso”, expressão bastante usada no Nordeste), como ela mesma diz – e chegou à região com 1 ano de idade. Seu pai trabalhava com obras e, como o bairro do Morumbi estava sendo construído, achou que conseguiria uma boa oferta de emprego nas proximidades. De fato, conseguiu. Mesmo assim, o início da vida da família no local não foi nada fácil: não havia água encanada, não havia energia elétrica, não havia comércio, os barracos eram de madeira e o nível das duas únicas escolas que existiam (hoje são 12) era fraco. As ruas com menos casas, menos carros e menos pessoas, porém, fizeram com que ela tivesse uma infância típica de interior, passando tardes e mais tardes brincando no meio da rua com os vizinhos.
“Quem mora aqui há bastante tempo viu essa transformação. Se não tivéssemos nos mobilizado, não teríamos conseguido metade do que conseguimos. Mas a comunidade cresceu tanto que não temos mais espaço para nada. É muita gente dividindo a mesma área. Não temos muitos espaços para lazer e esporte, por exemplo. Eu gosto muito de morar aqui, tenho um vínculo grande, mas por isso tudo, mais para frente, tenho vontade de morar em um bairro. Se fizermos a comunidade virar um bairro, melhor ainda, claro. Aí não preciso mais sair”, falou.
A falta de espaço e a questão da saúde citada anteriormente, para ela, estão ligadas. A moradora possui uma irmã deficiente que necessita de cuidados especiais, e sua mãe, a cuidadora, fala frequentemente em mudar de bairro, cidade ou até Estado para morar em algum lugar em que elas tenham mais áreas abertas para brincar e passear.
O circuito Paraisópolis das Artes, realizado desde 2013, é o grande xodó de Elizandra. O tour pode ser modificado de acordo com a vontade dos participantes, mas possui um roteiro principal: passa pela oficina do Berbela (artesão que transforma lixo e sucata em curiosas obras de arte), pelo campinho da Palmeirinha (onde treina o time de rúgbi local), pela biblioteca (a primeira na cidade construída dentro de uma comunidade), pela Casa de Pedra (construída por Estevão Conceição, escultor conhecido como o Gaudí de Paraisópolis), pela academia de Ballet e pela rádio comunitária Nova Paraisópolis 87,5 FM. O passeio custa R$ 150 por pessoa e pode ser agendado pelo site da União.
O famoso Antônio Edinaldo da Silva, o Berbela, é responsável por diversas peças que aparecem na abertura da novela. Ele, que sempre foi uma personalidade da região, anda ainda mais concorrido; assim que a reportagem chegou à oficina para entrevistá-lo, ele pediu desculpas cordiais e disse que precisava sair. “Estou indo participar de um programa de TV. Mas entra aí, pode tirar foto, fica à vontade”.
“Não tem o que me faça sair”
O jeito com que o grafite é visto pelas pessoas de fora mudou muito. Com certeza. Quem grafita tem mais respeito hoje. Virou arte, né? Antes não era. A polícia pegava a gente, falava que era vandalismo, levava para a delegacia, pintava mão, pintava cara. Mas consegui fazer isso virar meu ganha-pão. Estou nessa há uns 10 anos.
Para saber quem é Diego Soares, de 33 anos, basta caminhar pelas ruas de Paraisópolis. Ele está por todos os cantos. Na verdade, não ele, mas os seus desenhos: o jovem é um dos mais conhecidos grafiteiros da área e já deixou sua marca em diversos muros, paredes e becos da favela.
De poucas palavras, Digo, como gosta de ser chamado, chegou a Paraisópolis ainda criança. Segundo ele, quem levou sua família, que antes morava no Parque Arariba, também na zona sul, à comunidade foi “o acaso”. Sua infância, assim como a dos outros moradores ouvidos, foi pacífica e tranquila mesmo com a falta de estrutura. Com o passar dos anos, começou a acompanhar grafiteiros nas ruas e aprendeu sozinho como manusear (muito bem, diga-se de passagem) os sprays.
Um de seus mais recentes projetos foi inspirado na novela. Ao lado de outros artistas de dentro e fora da comunidade, ele pintou diversas partes do local com as palavras “I <3 Paraisópolis”. Sua ideia? Dar outra vida aos “becos feiões que estão acabados aí”.
“Gosto muito de morar aqui. É bom. Às vezes faltam coisas, falta estrutura. Mas não posso reclamar, não. Aconteceu um progresso muito grande. Temos muito mais acesso às coisas. Sou 100% Paraisópolis. Se pudesse mudar, não mudava. Não tem por que. Não tem o que me faça sair daqui. É minha casa, né. Resumindo é isso”, limitou-se a dizer. E o que ele acha da novela? “Ih não sei. Não peguei muito ainda”.
“Discussões de fora são baseadas no preconceito”
Quando você vem de fora às vezes acha que eles são “coitadinhos” porque moram aqui. Acha que você, com sua visão diferenciada, vai ajudar a comunidade. Então ou as pessoas não entram “por que é perigoso” ou entram achando que vão “salvar o mundo”. Tudo sempre baseado no preconceito. Não dá para usar nenhuma dessas visões. Esses moradores sabem o que querem e conhecem seus direitos. São trabalhadores que ralam muito e são conhecedores.
Karina Sampaio da Silva, de 27 anos, já atuou no Centro Educacional Unificado (CEU) local e hoje coordena a rádio comunitária Nova Paraisópolis 87,5 FM, que veicula diariamente programas de música, esportes, religião e notícias. Formada em jornalismo, ela, que mora no Butantã, zona oeste do município, começou a se envolver com a comunidade há 10 anos, quando conheceu Gilson Rodrigues, presidente da União. A rádio, por sua vez, “nasceu” em 2010, quando eles receberam a concessão do governo federal.
Inicialmente, o patrocínio para manter o trabalho vinha de comércios locais. Como o dinheiro era pouco, eles correram atrás de novos apoiadores e, recentemente, conseguiram uma parceria com uma empresa de telefonia. E seguem batalhando para, segundo a jovem, se tornarem referência na valorização da cultura de raiz do Brasil. “Nunca morei em comunidade, mas trabalhei em projetos em algumas. E, das que conheci, não tem outra igual Paraisópolis. Os artistas, a vida cultural intensa, é o diferencial daqui”.
A jornalista, nascida e criada em Interlagos, contou que nunca presenciou nenhum caso de violência e sempre se sentiu segura dentro da favela. Para ela, a violência ali é igual à que existe em qualquer outro ponto da cidade. “É como no Morumbi. Lá deve ser maior, na verdade, pela concentração de pessoas com alto poder aquisitivo. Mas nunca senti diferença nesse sentido entre meus bairros e aqui. Como em todo lugar, não deve ser muito prudente andar sozinha à noite onde você não conhece. Mas sempre andei tranquila”, afirmou.
O que mais existe de semelhante entre a novela e a realidade, segundo Karina, é a maneira com que os moradores são retratados. A protagonista Marizete, vivida por Bruna Marquezine, por exemplo, representa grande parte das meninas dali, que são determinadas, sonham e se esforçam para conseguir melhorar de vida e melhorar a situação da comunidade. A influência de chefes do crime, como todos ressaltaram, seria a parte mais ficcional da trama.
“Gosto bastante de trabalhar aqui. Todo dia é uma novidade. Principalmente na União. Como estamos sempre construindo coisas novas, fazendo projetos, é muito corrido. Se você não se organizar, com uma rotina dessa, é levada no redemoinho. Mas é gratificante. É muito bacana ver como as coisas evoluíram, ver como a situação das pessoas está mudando”, finalizou.
“A água de Paraisópolis é tão doce que, quando você bebe, não sai mais. Cuidado, hein? Senão vai ficar por aqui também”
Essa novela aí tem pontos bons e pontos ruins. Essa ignorância que eles mostram não é daqui, não. Aquele negócio de ignorância. Não sei por que inventaram aquele “chefe” deles que diz que manda em tudo. Está meio bagunçada essa novela, eu acho. Graças a deus é diferente.
Se hoje existe água encanada e energia elétrica em boa parte de Paraisópolis, a “culpa” é toda de Osvaldo Camilo dos Santos, de 69 anos (que gentilmente cedeu sua laje para a reportagem fotografar a vista do alto da comunidade). Nascido em Pernambuco, ele conheceu a favela há 42 anos, quando a família se mudou para São Paulo. No final dos anos 1970 e início dos anos 1980, escreveu dois abaixo-assinados, um para ser entregue à Sabesp e outro para a Light (antiga Eletropaulo), e foi a partir deles que o local conquistou esses dois direitos básicos.
“As pessoas tentavam água e luz só para elas, ninguém tinha pedido para a comunidade inteira. Isso fui eu que fiz. O que adiantaria ter só para mim? Tinha que dar para todos os vizinhos também. Corri atrás de tudo. Olha, se não fosse eu, minha filha. Não sei o que seria disso aqui”, disse, deixando (com razão) a modéstia de lado.
Antes, a água que os moradores consumiam vinha de poços cavados por eles mesmos. Seu Osvaldo lembra com tristeza que um dos que foram construídos por ele, com mais de 20 metros de profundidade, foi destruído depois de uma forte chuva. E ele teve que cavar de novo. “Fazer o que, menina. Temos que ter fé em deus”.
Embora tenha garantido o sustento da família com a fotografia, ele começou a vida profissional na agricultura e, em seguida, foi para o ramo de construção. Hoje, enfrenta problema de saúde nas costas e nos pés, precisa caminhar com a ajuda de um andador e não consegue fazer alguns movimentos com as mãos. “Outro dia tive que procurar médico particular fora daqui. Paguei mais de R$ 1 mil em um exame. Se não, tinha me ferrado”, contou.
Mesmo assim, de todos os entrevistados pela reportagem, Seu Osvaldo pareceu ser um dos mais apaixonados por Paraisópolis – e olha que a concorrência foi grande. É na comunidade que ele criou sua família. É na comunidade que fez seus amigos. É na comunidade que conseguiu trabalho, construiu casa, comprou carro. E é na comunidade que aprendeu o valor da união.
“Aqui você encontra tudo que precisa. De primeiro, não encontrava, e mesmo assim ficamos. Sofremos, mas ficamos. Hoje ninguém quer sair, não. Meu genro comentou que queria que eu saísse para alugar essa casa e ir para um lugar melhor. Mas aqui, minha filha, se eu precisar de qualquer coisa é só gritar que alguém me ajuda. Conheço todo mundo! ‘Fulano, preciso de tal coisa, sobe aqui’. E pronto. É assim com padaria, açougue, salão. Não tenho nada para reclamar de Paraisópolis. Você pode andar aqui à noite que ninguém mexe com você. A turma (moradores locais) não deixa. Um ajuda o outro. Eu lá vou sair de um lugar desse? Está é muito do bom”.
Posicionamento do Metrô sobre o monotrilho
Procurada pelo Terra, a Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) enviou um comunicado sobre a situação da Linha 17-Ouro do monotrilho. De acordo com a empresa, as obras do trecho que passa por Paraisópolis dependem da tramitação de ações judiciais em curso e da construção completa da Avenida Perimetral, motivos pelos quais o cronograma está em revisão. Confira a íntegra:
A Linha 17-Ouro do Metrô foi retirada da Matriz de Responsabilidade da Copa (documento firmado com a União), pois os jogos de futebol deste torneio aconteceram no estádio de Itaquera, na zona leste de São Paulo, e não no Morumbi, como cogitado inicialmente. O Ministério do Esporte publicou a Resolução nº 22, no Diário Oficial da União de 26/12/2012, confirmando a saída deste empreendimento.
Com a retirada da Matriz da Copa, o cronograma das obras da Linha 17 foi alterado.
Atualmente, são mais de 1.300 funcionários trabalhando no trecho que liga o Morumbi (interligação com a Linha 9 da CPTM) ao Aeroporto de Congonhas, com 7,7 km de extensão e 8 estações. Fará a interligação com a Linha 5 do Metrô na futura estação Campo Belo.
A primeira etapa das obras está com 80% das vagas do monotrilho lançadas. Os serviços se concentram agora na segunda etapa, na construção do pátio de manobras, manutenção e estacionamento de trens (que fica em cima do piscinão na Avenida Roberto Marinho) e das estações de embarque e desembarque.
Já as obras do segundo trecho, passando por Paraisópolis, foram divididas em duas fases e dependem da tramitação de ações judiciais em curso, além da construção da avenida Perimetral (prolongamento da Av. Hebe Camargo), de responsabilidade da Prefeitura de São Paulo, para que o Metrô instale os pilares do monotrilho. A primeira fase deste segundo trecho terá três estações que atenderão à região de Paraisópolis (Panamby, Paraisópolis e Americo Maurano) e seu cronograma está em revisão.
O custo total da Linha 17, de R$ 5,1 bi (investimento do Governo do Estado de São Paulo), inclui, além das obras civis, os trens e sistemas de operação e de comunicação. A previsão de conclusão do primeiro trecho é 2017, atendendo a uma demanda de 420 mil usuários, incluindo os moradores de Paraisópolis.
Posicionamento da Prefeitura sobre urbanização
A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Habitação, também se posicionou sobre as ações de urbanização e da canalização no córrego do Antonico, projetos que, segundo ela, estão em andamento. Confira:
A Prefeitura de São Paulo atua em diversas frentes para beneficiar a região de Paraisópolis. As obras de urbanização contemplam diretamente 20 mil famílias, com implantação de drenagem, infraestrutura, pavimentação, redes de água e esgoto, além de construção de unidade habitacional, com investimento de R$ 113,8 milhões, entre recursos municipais e federais. Já foram investidos R$ 73,2 milhões. Toda a comunidade já foi beneficiada com 305 novas unidades entregues em parceria com a CDHU nos Empreendimentos: Vila Andrade C, Vila Andrade G e Condomínio E. Atualmente são 4.728 famílias em Paraisópolis que recebem o benefício do auxílio aluguel. Elas foram removidas de áreas de risco ou de frentes de obras públicas.
Desde 2013, a Prefeitura construiu e entregou o Pavilhão Social, Viaduto Rua Pasquale, Ecoponto / Central de Triagem, Pavilhão Social, Muro de Contenção (Condomínio B) e implantou a Av. Perimetral, todas as ações foram executadas em parceria com a comunidade e com o Conselho Gestor de Paraisópolis.
Ainda, outros projetos estão em andamento e foram definidos e alinhados às necessidades apresentadas pela comunidade, são eles: a implantação do Pq. Sanfona, Muros de Contenções, construção da Escola da Música, obras de Canalização do Córrego Antonico e do Córrego Jardim Colombo, que serão licitadas no segundo semestre de 2015.
Na região são seis equipamentos de saúde, entre AMAs, UBSs, CAPs, com previsão de implantação de mais dois CAPs e uma unidade de acolhimento.
Outros 2 equipamentos de assistência social Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e Serviço de Assistência Social à Família e Proteção Social Básica no domicilio (SASF) foram implantados e entregues desde 2013.
São 11 equipamentos de educação, entre EMEF, CEUs e CEI. A CET implantou equipamentos destinados a sinalização vertical e horizontal, com vistas ao ordenamento viário, além de redutor de velocidade em locais com potencial risco de acidentes. No entanto, as implantações promovidas são alvos constantes de vandalismos. Também foi ativada uma ciclovia na região, com 3,8 km de extensão, entre as Ruas Itapaiúna e Senador Otávio Mangabeira, estimulando o uso da bicicleta junto aos moradores.