O vereador do Rio de Janeiro Jairo Souza Santos, o Dr. Jairinho (Solidariedade), foi afastado do Conselho de Ética da Câmara Municipal do Rio nesta quinta-feira (8), horas depois de ser preso sob suspeita de ter matado seu enteado Henry Borel Medeiros, de 4 anos, em 8 de março. Ele foi eleito para esse conselho quatro dias antes da morte da criança e tomou posse três dias depois. Jairinho compõe o Solidariedade, mas o partido também anunciou nesta quinta-feira a expulsão dele. As bancadas do PT e do PSOL vão pedir à Justiça que o vereador seja imediatamente afastado do mandato.
Os vereadores componentes do Conselho de Ética da Câmara se reuniram na Câmara pouco depois das 16h desta quinta-feira. O encontro durou cerca de duas horas e meia. Segundo a assessoria de vereadores, o procurador-geral da Câmara , José Luís Galamba Minc Baumfeld, afirmou que não há fundamento jurídico para que Jairinho seja imediatamente afastado do mandato.
A vereadora Teresa Bergher (Cidadania) insistiu pela alteração imediata do regimento, para que o vereador fosse afastado nesta quinta-feira mesmo. "Fui voto vencido. Mas vou continuar batalhando para alterar esta regra absurda que diz que o preso só pode ser afastado depois de um mês. Apresentei projeto de resolução para acabar com essa vergonha e vou insistir, bater o pé para que seja alterado. Não foi este o Conselho de Ética que eu apresentei", afirmou Teresa, autora da proposta de criação do conselho.
No lugar de Jairinho assumiu o suplente Luiz Ramos Filho (PMN). "Não esperava assumir uma cadeira no Conselho desta maneira. Nos reunimos e deliberamos pelo afastamento dele do Conselho. Agora vamos pedir para ter acesso aos autos (da investigação) para fazer uma provável representação contra o vereador. Mas tomando toda cautela", disse Ramos Filho.
As decisões do Conselho serão submetidas à Comissão de Justiça e Redação, presidida pelo próprio Jairinho e composta também por Inaldo Silva (Republicanos) e Thiago K. Ribeiro (DEM).