Um jovem foi espancado por seguranças de um bar na zona sul de São Paulo após entrar no estabelecimento para consultar um mapa no celular. Ele ficou poucos segundos no local e foi perseguido por seguranças quando estava de saída, confundido com alguém que estaria indo embora sem pagar a conta.
Câmeras vigilância registraram o momento em que a vítima é imobilizada com um mata leão e espancada por seguranças até perder a consciência na rua. O caso aconteceu em dezembro de 2023, mas as imagens da agressão só foram divulgadas neste domingo, 30, pelo Fantástico, da TV Globo. O bar disse ter rescindido o contrato com a empresa de segurança e que adota medidas cabíveis para evitar que fato se repita.
Segundo relatou ao programa, o jovem, um engenheiro de 26 anos que não quis se identificar, estava a caminho de um restaurante quando entrou no local, chamado Bar Aurora.
"Entrei do lado da porta para consultar o celular no aplicativo de mapa, para saber o caminho. Entrei, poucos segundos, olhei o mapa, saí. Entrei por segurança, para evitar ser assaltado. Não queria abrir o celular na rua", disse o jovem ao Fantástico.
Quando estava saindo, ele teria sido abordado com agressividade por seguranças, que o perseguiram até outro estabelecimento gritando "pega ladrão". Lá, ele foi contido e levado de volta até o Bar Aurora, onde verificou-se no caixa que ele não havia consumido nada no estabelecimento.
As agressões aconteceram logo depois. Em vez de ser liberado, o jovem foi arrastado com um mata leão para fora do bar e espancado por dois seguranças. A vítima ficou mais de um minuto desacordada no chão, antes de levantar e procurar um hospital por conta própria.
Localizado no Itaim Bibi, área nobre da capital, o Bar Aurora já foi investigado duas vezes pela Polícia Civil. A primeira denúncia terminou com indiciamento de dois seguranças por lesão corporal. O outro caso está em tramitação no Juizado Especial Criminal. Outros dois BOs foram localizados, mas não houve representação por parte das vítimas, segundo a Secretaria da Segurança Pública.
Ainda de acordo com o Fantástico, a empresa de segurança que presta serviço ao estabelecimento não possui autorização de funcionamento da Polícia Federal, e por isso é considerada clandestina. Ao Estadão, o advogado Fernando Rodrigues, que representa o Bar Aurora, disse que o contrato com a empresa foi rescindido após o episódio e que os responsáveis estão colaborando com as autoridades policiais.
Por meio de nota, a empresa afirma que "todos os responsáveis pelo bar são contra quaisquer tipos de violência e todas as medidas cabíveis foram tomadas com grande celeridade para que fatos como este não voltem a acontecer".
Ainda segundo a empresa, em 17 anos de funcionamento somente duas denúncias de agressão foram registradas no local, sendo que uma delas ainda está sendo julgada. A administração do Bar Aurora não teve conhecimento dos dois boletins de ocorrência citados pela SSP, já que não houve representação.