Renato Cariani e mais quatro pessoas se tornam réus em processo que investiga tráfico de drogas e crimes correlatos. A decisão foi proferida na tarde desta sexta-feira, 16.
O influenciador Renato Cariani agora é réu por tráfico de drogas e crimes relacionados. O Tribunal de Justiça de São Paulo aceitou, nesta sexta-feira, 16, as denúncias contra ele e mais quatro pessoas. São elas, além de Cariani: Roseli Dorth, Fabio Spinola Mota, Andreia Domingues Ferreira e Rodrigo Gomes Ferreira.
A juiza Maria da Conceição Pinto Vendeiro, do Foro de Diadema, pediu à autoridade policial que sejam juntados aos laudos periciais os relatórios de extração de dados dos celulares e os materiais apreendidos. Os réus estão proibidos de deixar o país e deverão ser intimados para entregar seus respectivos passaportes no prazo de 24 horas.
A defesa de Cariani disse, em nota, que as acusações contra o influenciador são "inconsistentes" e "desprovidas de qualquer sentido lógico."
"Não faz qualquer sentido lógico considerar que 2 estabelecidos executivos do setor químico, após dedicarem uma vida inteira de trabalho à empresa, aventurar-se-iam no submundo do tráfico de drogas para dividirem, com mais de uma dezena de pessoas, um suposto lucro de 1,5 milhões de reais, enquanto essa mesma empresa faturou 130 milhões de reais no mesmo período", afirma o advogado Aldo Romani Netto.
A defesa afirma ter juntado aos autos "mais de uma centena de documentos" que comprovam a inocência de Cariani e que tais provas serão divulgadas. O advogado disse ainda que não esperava que a Justiça aceitasse a denúncia, "uma vez que inexistem indícios de autoria e prova da materialidade delitiva em relação a Renato Cariani".
Em seu Instagram, o influenciador, que tem 7,8 milhões de seguidores, não comentou sobre o assunto até a publicação desta matéria.
Por volta das 17h, no entanto, Cariani fez um story falando sobre a sexta-feira agitada que teve, com muitos compromissos de trabalho. "Reuniões todas encerradas. Mais um dia de muito trabalho. Mais um dia muito produtivo também", disse.
Relembre o caso
Cariani foi investigado pela Polícia Federal no âmbito da Operação Hinsberg, que cumpriu, em dezembro do ano passado, 18 mandados de busca e apreensão. Posteriormente, em janeiro deste ano, o influenciador foi indiciado pela PF por suspeita de envolvimento com tráfico de drogas.
Cariani é um dos sócios da Anidrol, empresa de produtos químicos que estaria ligada aos desvios de fenacetina, acetona, éter etílico, ácido clorídrico, manitol e acetato de etila. Além dela, também estaria no radar da PF a Quimietest, que não tem sede própria e seria um dos braços da Anidrol.
Segundo a Polícia Federal, as investigações revelaram que o esquema abrangia a emissão fraudulenta de notas fiscais por empresas licenciadas a vender produtos químicos em São Paulo.
Foram identificadas 60 transações dissimuladas vinculadas à atuação da organização criminosa, totalizando, aproximadamente, 12 toneladas de produtos químicos (fenacetina, acetona, éter etílico, ácido clorídrico, manitol e acetato de etila), o que corresponde a mais de 15 toneladas de cocaína e crack prontas para consumo.
As investigações revelaram, ainda, o uso de interpostas pessoas e a constituição de empresas fictícias para ocultar e dissimular a procedência ilícita dos valores recebidos.