Lixo se acumula no Rio e garis em serviço trabalham com escolta

6 mar 2014 - 10h29
(atualizado às 12h27)
<p>Na Lapa e nos arredores do sambódromo, era possível encontrar montes de sujeira em todas as esquinas</p>
Na Lapa e nos arredores do sambódromo, era possível encontrar montes de sujeira em todas as esquinas
Foto: Mauro Pimentel / Terra

Seis dias após o início da greve dos garis, que começou em pleno sábado de Carnaval, o lixo se acumula pela cidade do Rio de Janeiro. Na Lapa e nos arredores do sambódromo, era possível encontrar montes de sujeira em quase todas as esquinas. Os poucos garis que estão em serviço trabalham com escolta e dizem estar sendo coagidos pela gerência da Companhia de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro (Comlurb) a permanecer nas ruas.

Na Comlurb dede 1989, Paulo Chagas, que limpava a Marques de Sapucaí na manhã desta quinta-feira sob escolta da guarda municipal, fez questão de mostrar o contracheque em que se lia como salário-referência R$ 847,44. “O gari quer dignidade. Estou trabalhando porque fui coagido. Dizem que a greve acabou, mas é só você olhar como está a cidade”, afirmou.

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Funcionário fez questão de mostrar o contracheque em que se lia como salário-referência R$ 847,44
Foto: Mauro Pimentel / Terra

Na avenida Presidente Vargas, próximo à prefeitura da cidade, os moradores se esforçavam para atravessar a rua sem pisar no lixo acumulado nas esquinas. A situação é pior nas áreas por onde passaram blocos carnavalescos, como na orla da zona sul, na avenida Rio Branco e na Praça XV. Caso se confirmem as previsões de chuva para hoje, o lixo pode entupir bueiros e agravar a situação.

O produtor Ygor Bahia chegou a fotografar o lixo em frente aos Arcos da Lapa, tradicional ponto turístico da cidade. Para ele, a greve é justa e mostra também a falta de cuidado das pessoas com o lixo produzido. “É importante ter uma pausa no serviço para a população ver quanto lixo produz, quanto lixo joga nas ruas. Ninguém que ser colocar na posição dos garis.”

Já o designer Francisco Anísio, que mora há 32 anos na Lapa, disse nunca ter visto o bairro nesse estado e mostrou preocupação com a imagem da cidade. “O que os turistas vão levar de lembrança do Rio assim?”, questiona.

Atendendo a um pedido da Defensoria Pública, o prefeito Eduardo Paes anunciou que suspenderá as cerca de 300 demissões de garis se os trabalhadores voltarem ao trabalho nesta quinta-feira. Os grevistas se reúnem em assembleia hoje para decidir os rumos da paralisação. As demissões foram anunciadas na terça.

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Três garis foram detidos ontem à tarde, acusados de impedir colegas de limparem a praia de Ipanema. O prefeito chegou a sugerir que havia algum tipo de interesse político por trás do movimento.

Os grevistas pedem R$ 1.680 de piso salarial - R$ 1.200, mais 40% de insalubridade - e R$ 20 de vale-refeição. A prefeitura oferece R$ 1.224 - R$ 874, mais 40% de insalubridade - e R$ 16 de vale-refeição.

Com garis em greve, lixo toma conta de ruas no Rio de Janeiro

Fonte: Terra
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