A população da capital maranhense São Luís amanheceu sem transporte coletivo nesta terça-feira. A greve dos rodoviários começou na última quinta-feira com a frota reduzida, e hoje paralisou 100% da frota. Até o momento, não foram registradas ocorrências em virtude falta do transporte coletivo.
O Sindicato dos Rodoviários de São Luís pede 16% de aumento salarial reajuste do ticket-alimentação para R$ 500, inclusão de um dependente no plano de saúde, além da implantação do plano odontológico. Para o sindicato, a paralisação parcelada não estava surtindo efeito, já que os empresários estavam economizando com menos ônibus circulando e levando a mesma quantidade de passageiros. Por isso, resolveram parar toda a frota.
O Tribunal Regional do Trabalho no Maranhão (TRT-MA) determinou que 70% da frota circule. Segundo a Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT) de São Luís, circularam apenas 46% da frota na quinta e, na sexta-feira, 60%. A determinação passou a ser cumprida após a desembargadora Ilka Esdra Silva Araújo aplicar multa de R$ 96 mil à instituição. No sábado, o percentual de 70% foi cumprido, assim como no domingo, quando 50% da frota foi disponibilizado.
"Até o momento, nós cumprimos com todos os itens pedidos pela justiça do Trabalho. Com 70% da frota nas ruas, não podemos nem considerar que há paralisação. Os empresários nunca nos apresentaram uma contraproposta sequer e nós é que não podemos permanecer nessa situação. É por tempo indeterminado", afirmou o presidente do Sindicato, Gilson Coimbra.
Com a grande divulgação de que não haveria circulação de ônibus nesta terça-feira, não houve aula nas escolas públicas, nas universidades e na maioria dos órgãos públicos. Muitas empresas forneceram o transporte para que seus funcionários chegassem ao trabalho. Nas paradas, o movimento é pequeno, e quem espera transporte acaba apelando para o transporte alternativo.
Depois de trabalhar à noite, Paulo Guilherme, 32 anos, tentava voltar para casa e estava na perspectiva de que pudesse pegar uma van ou um táxi-lotação, na última perspectiva um moto-táxi. "Eu já sabia que não teria ônibus. Estou esperando outro transporte. Não sei que horas vou chegar em casa. Sei que é um direito dos motoristas, mas espero que acabe logo, pois o povo que paga".
Uma nova reunião entre a prefeitura de São Luís, o Sindicato das empresas e o sindicato dos rodoviários, a Ordem dos Advogados do Brasil, Ministério Público e Procon está marcada para às 16h para tentar por fim à greve.