A mãe do menino de 2 anos que foi considerado desaparecido em Santa Catarina e encontrado em São Paulo teria sido convencida a doá-lo a um casal, segundo informado pela delegada Sandra Mara, responsável pela investigação. A informação foi divulgada durante coletiva de imprensa da Secretaria de Estado da Segurança Pública de Santa Catarina, na terça-feira, 9.
Segundo a família, a criança foi vista pela última vez com a mãe em 30 de abril, na Grande Florianópolis. Ele foi encontrado na última segunda-feira, 8, dentro do carro de um casal em São Paulo. Os dois foram presos em flagrante por tráfico de pessoas. A Justiça de São Paulo converteu a prisão em preventiva após audiência de custódia.
A delegada explicou que a mãe, de 22 anos, estaria em estado de “fragilidade emocional”, e por isso pode ter sido convencida a doar o filho. “Ela é muito jovem, ficou grávida com 19, 20 anos”, disse durante coletiva. Sandra Mara disse também que houve um assédio à vítima ao longo de dois anos para que ela entregasse a criança. Ainda será verificado se ela foi ameaçada ou se houve alguma troca financeira.
Ela também falou que o pai do menino, que não aparece no registro da criança, também foi alvo de um mandado durante a investigação. A polícia apura se houve algum tipo de transação financeira na doação do menino.
“A mãe nega ter recebido vantagem, mas nós só teremos essa certeza com a quebra do sigilo bancário de todos os envolvidos”, declarou a delegada.
De acordo com a Secretária de Estado da Segurança Pública de Santa Catarina, agora o caso está nas mãos do Poder Judiciário, em tramitação conjunta envolvendo as comarcas de São José (SC) e Tatuapé (foro regional/SP). “Ultimado o devido processo legal, o menino Nicolas deverá retornar a São José, sua cidade de origem. E atendendo determinação do Governador Jorginho Mello, as forças de segurança estão em prontidão para trazer a criança de volta ao Estado”, disse o órgão em nota.
Uma equipe formada por representantes da Secretaria, Polícia Civil e Polícia Militar viajou para São Paulo no começo da tarde desta quarta-feira, 10. Um psicólogo policial acompanha o grupo. O objetivo é ficar à disposição do Poder Judiciário do Estado de São Paulo para os trâmites e desdobramentos do caso.