Ronnie Lessa deu detalhes do crime contra a vereadora Marielle Franco e no motorista Anderson Gomes, durante o julgamento, que será retomado nesta quinta-feira, 31. No primeiro dia de interrogatórios, o ex-PM descreveu como foi o planejamento e chocou a família da parlamentar e os integrantes do partido do qual ela fazia parte, o PSOL.
Lessa, foi ouvido por videochamada. De acordo com jornal O Globo, a assistência de acusação perguntou se o réu mirou na cabeça de Marielle ao disparar. “Foquei”, respondeu ele. Nesse momento, a família da vereadora caiu no choro.
A mãe da vítima, Marinete da Silva, abaixou a cabeça, em negação, e foi consolada por outros familiares. Ainda durante o depoimento, a filha da vereadora saiu do plenário e foi amparada por pessoas que estavam no local enquanto chorava.
O réu ainda detalhou que os mandantes pediram para assassinar o então deputado Marcelo Freixo, no entanto, ele considerou “inviável” o crime.
Quando apresentaram o nome de Marielle, como segunda opção, Lessa afirmou que a condição para que o crime não ocorresse na Câmara Municipal prejudicou a execução, que era para ter ocorrido meses antes do dia 14 de março de 2018.
“Fizemos até uma reunião com os mandantes tentando desfazer a exigência, mas não conseguimos”, declarou.
Segundo o depoimento de Lessa, Élcio de Queiroz, réu confesso do homicídio, só soube que a vereadora seria o alvo do assassinado no dia. “Desde que ele foi expulso da polícia, ele sempre me pediu para arrumar algo, dizendo que tinha que se levantar. Pedia um trabalho de segurança, alguma coisa. Quando eu o chamei para o trabalho, não disse diretamente que era algo do Macalé, ficou meio nublado”, afirmou.