Mesmo com a trégua nesta quarta-feira na chuva intensa que atingiu Santa Catarina e Rio Grande do Sul na última semana, o número de pessoas que precisaram deixar as suas casas continua crescendo nos dois Estados e passa de 60 mil. Segundo a Defesa Civil, o motivo é que com a diminuição das inundações, as prefeituras têm conseguido encaminhar os números de atingidos nos municípios.
O total de cidades que decretaram situação de emergência também aumentou: são 37 catarinenses e 34 gaúchas. Além disso, um município do Rio Grande do Sul, Iraí, está em estado de calamidade pública. Ao todo, 141 cidades foram atingidas nos dois Estados.
No Rio Grande do Sul, o número de desabrigados (que estão em abrigo) ou desalojados (que estão em casas de amigos ou parentes) chegou a 9.674. Em Santa Catarina, são 51.088 nessas condições.
Segundo dados da Epagri/Ciram o volume de chuva em junho é recorde em todas as regiões de Santa Catarina. De acordo com o órgão oficial do Estado, o acumulado superou os 500 milímetros. As regiões oeste, meio-oeste, Planalto Norte e Alto Vale do Itajaí foram as áreas que registraram maior volume de precipitação
A bacia do rio do Peixe foi uma das que mais sentiu os maiores efeitos das chuvas na semana que passou. O acumulado foi de 400 milímetros no oeste, onde houve maior concentração de chuva durante uma semana. Somente Chapecó registrou 430 milímetros, cuja média é de 175 milímetros para junho.
Governador do RS visita municípios atingidos
Ontem, o governador do Rio Grande do Sul visitou as áreas mais afetadas no Estado. Tarso Genro esteve em Iraí e São Borja. Nesta quarta-feira, está marcada uma nova reunião dos prefeitos dos municípios atingidos no Palácio Piratini. "Nós vamos nos articular para recuperar a totalidade dos prejuízos que ocorreram. As ações emergenciais já estão em andamento com o apoio e a solidariedade do governo federal para trabalharmos juntos e diminuir os danos desse acontecimento que abalou a comunidade da região", afirmou.
Em Frederico Westphalen, a Defesa Civil do RS montou uma central de atendimento às prefeituras das cidades atingidas. Do local parte ajuda humanitária e doação de donativos. A central já distribuiu mais de uma tonelada de roupas e alimentos. O coordenador da central, major Márco Facin, disse que os donativos estão sendo encaminhados à Defesa Civil dos municípios, que os repassam às famílias que continuam em abrigos ou estejam retornando as suas casas.