Quatro pessoas morreram em uma ação policial em Santo Amaro (BA) na noite de sexta-feira, 29. Segundo informações do jornal baiano Correio, as vítimas são homens que entraram em confronto com a Polícia Militar após agentes irem até o local devido a uma denúncia de tráfico de drogas na região.
Com a chegada dos policiais, houve troca de tiros. Em nota, a PM informou que os suspeitos foram feridos e levados para o Hospital Nossa Senhora Natividade, também em Santo Amaro, onde morreram.
Os policiais apreenderam uma espingarda calibre 12, três pistolas, carregadores, mais de 260 pinos de cocaína, quase 200 porções de maconha, 38 pedras de crack, sete aparelhos celulares, duas máquinas de cartão, caderno, blusa camuflada, embalagens para drogas e RS 4.063,20 em dinheiro em espécie.
Mortes passam de 70
Ainda segundo o Correio, já são 77 mortes registradas em confrontos policiais em todo o mês de setembro na Bahia, um aumento de 92% em relação ao mesmo período do ano passado.
Onda de violência
As mortes em operações se intensificaram após um policial federal ser assassinado no último dia 15, durante uma ação em conjunto com a Polícia Civil, no bairro de Valéria, em Salvador.
A CNN Brasil conversou com o secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, que defendeu a polícia baiana apesar do alto índice de letalidade das operações, principalmente neste mês. Segundo ele, "não se enfrenta o crime organizado com fuzil com rosas”.
“Não vejo uma desestruturação da Segurança Pública na Bahia. É grave? É. Tem confronto. Tem? Agora, a polícia da Bahia é uma polícia boa. Tem a questão da letalidade? Tem. Mas você não enfrenta crime organizado com fuzil com rosas. Porém, a letalidade deve ser investigada e combatida”, disse Cappelli.
O secretário nacional acrescentou que o problema da segurança pública não se restringe à Bahia, que está sendo alvo de disputa das grandes facções criminosas nacionais. Cappelli direcionou parte do problema à gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que teria, segundo ele, "despejado armas que foram parar nas mãos dos criminosos".