Manaus se prepara para cheia dos rios Negro e Solimões

30 mai 2014 - 17h59
(atualizado às 18h00)
Cheia do rio Negro atinge bairros de Manaus e água invade casas
Cheia do rio Negro atinge bairros de Manaus e água invade casas
Foto: Ascom/PrefManaus / Divulgação

O Serviço Geológico do Brasil aumentou nesta sexta-feira de 29,49 para 29,6 metros a previsão para a cota máxima de cheia dos rios Negro e Solimões em Manaus. Com a variação de 11 centímetros, espera-se uma das piores cheias de todos os tempos. A prefeitura de Manaus adota anualmente medidas para evitar maiores problemas para a população nas regiões de maior vulnerabilidade.

O rio está com uma cota de 29,29 metros, informou nesta sexta-feira a prefeitura. A maior cheia da região ocorreu em 2012, quando o rio Negro atingiu os 29,97 metros. A segunda maior aconteceu em 2009 (29,77), atrás apenas da ocorrida em 1953, quando o rio atingiu a marca de 29,69 metros. No ano passado, a cota ficou em 29,33 m.

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“Estamos no final da enchente para Manaus. Por enquanto, o rio vem subindo entre 2 e 3 centímetros por dia, só devendo parar em meados de junho. Como não é um rio muito vertical, ele tende a demorar a baixar. Isso significa que o tempo de permanência das águas altas pode superar 40 dias”, disse o superintendente do serviço geológico em Manaus, Marco Antônio Oliveira.

A preocupação é com os riscos trazidos à saúde da população em função das cheias. “Isso é preocupante porque, em se tratando de cheia grande, os igarapés (córregos) ficam represados pelo rio Negro e só começam a descer após a vazante. Como são águas poluídas, com muito despejo de esgotos”, acrescentou.

De acordo com a prefeitura, as situações emergenciais se tornaram, de certa forma, cotidianas. Com o maior conhecimento adquirido sobre os riscos, o poder público tem conseguido evitar mortes em decorrência de enchentes. Cerca de dez departamentos estão envolvidos nas ações, em especial a defesa civil e assistência social. A prefeitura decretou situação de emergência na última segunda-feira.

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Basicamente são ações envolvendo obras, a limpeza pública e o meio ambiente em três frentes: centro, área urbana de bairros à margem de bacias e o público ribeirinho. Dos ambientes urbanos de Manaus, o que costuma ser mais atingido é o centro, nas ruas próximas ao porto e ao mercado municipal. Com a população ribeirinha, que vive à beira de rios e igarapés, o trabalho é mais intenso pela gravidade e pelo risco maior de as comunidades ficarem submersas.

Nas áreas urbanas a prefeitura costuma despejar cal na água, para evitar mau cheiro, contaminações e prevenir doenças. Uma preocupação que abrange todas as áreas afetadas é a de garantir a acessibilidade da população. Para isso são instaladas passarelas metálicas ou de madeira.

Outra medida que é adotada nessas situações é a retirada de comerciantes, em especial os que vendem alimentos. Eles são deslocados para uma outra área previamente preparada. Ainda nas áreas urbanas, desde o ano passado, são feitos alguns trabalhos preventivos em bairros localizados à margem de bacias e igarapés.

Nas visitas às famílias que vivem nessas localidades foram feitos cadastramentos e a instalação de pluviômetros para monitorar riscos de alagamentos e de cheias. Palestras procuraram alertar a população sobre áreas de risco, procedimentos e acionamento do poder público; sobre as primeiras medidas a serem adotadas pelos moradores e sobre riscos e cuidados com a saúde. Os problemas relativos ao meio ambiente também são discutidos, uma vez que é grande a incidência de lixo e esgoto nos igarapés.

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Se necessário, as famílias serão retiradas de suas casas. Segundo a prefeitura, os deslocados recebem o aluguel social, um programa do governo federal destinado a toda família atingida por desastres naturais. O benefício paga R$ 300 por seis meses, para serem usados no pagamento de aluguel.

Agência Brasil
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