Para muitos, não há nada mais relaxante do que ir para a praia: pé na areia e a maresia que lavam a alma dos apaixonados pelo verão. Porém, foi justamente neste lugar tão aconchegante e belo que a onda de assassinatos mais brutais que o Rio Grande do Sul já testemunhou em sua história recente. No verão entre os anos de 1998 e 1999, na cidade de Rio Grande, um assassino que ficou conhecido como "Maníaco do Cassino" matou sete pessoas na praia que acabou criando o seu apelido.
Paulo Sérgio Guimarães da Silva, também conhecido como Titica, nasceu em 1971 e trabalhou como pescador até 1989, quando foi preso e condenado por tentativa de homicídio. De acordo com relato de colegas de cela da Penitenciária Estadual de Rio Grande, ele apresentava um comportamento narcisista e tinha o costume de se vestir como o personagem fictício dos filmes de ação Rambo, interpretado por Sylvester Stallone. Ele foi julgado em 2002 e condenado a 184 anos e 10 meses de prisão na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas, onde cumpre pena até hoje.
As vítimas de Titica eram principalmente casais que estavam em áreas isoladas e dentro de seus carros. Ele afirmou posteriormente que, após cometer os assassinatos, aguardava a chegada da polícia e dos moradores para tomar conhecimento do que falariam. Paulo Sérgio também afirmou que se inspirou no Maníaco do Parque e que "seu objetivo era superá-lo no número de mortos". Um total de 13 pessoas foram presas ao decorrer das investigações antes de o real culpado ser pego.
As primeiras vítimas foram feitas em dezembro, quando Felipe Santos, de 19 anos, e Bárbara da Silva, de 22 anos, foram assassinados a tiros. Em março do ano seguinte, Anamaria Soares, de 31 anos, e Márcio Olinto, de 30 anos, também foram mortos da mesma forma. Ainda naquele mês, Titica atacaria Petrick de Almeida, de 18 anos, e Brenda Graebin, de 14 anos. Contudo, Brenda acabou sobrevivendo ao ataque, apesar de ter ficado tetraplégica. Em depoimentos da época, ela afirmou ter sobrevivido apenas por ter se fingido de morta. Na madrugada de 26 de março, Paulo Sérgio matou o casal Silvio Ibias, de 36 anos, e Adriana Simões, de 28 anos.
Laudos psicológicos e psiquiátricos realizados pelo Instituto Geral de Perícias (IPF) da época apontaram que Paulo Sérgio Guimarães da Silva tinha problemas psicológicos. Além disso, seu histórico de crimes antes dos assassinatos em série corroboram com isso.