Manifestantes acampados no Rio se reúnem com governador Cabral

27 jun 2013 - 13h18
(atualizado às 18h54)
Manifestantes seguem acampados no Leblon, zona sul do Rio de Janeiro, em frente à residência do governador Sérgio Cabral
Manifestantes seguem acampados no Leblon, zona sul do Rio de Janeiro, em frente à residência do governador Sérgio Cabral
Foto: Alessandro Buzas / Futura Press

Cinco manifestantes que estavam acampados em frente à casa do governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, no Leblon, foram recebidos pelo governador nesta quinta-feira, no Palácio Guanabara. Eles levaram uma carta para o governador.

Protestos por mudanças sociais levam milhares às ruas

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Além de Cabral,  o secretário de Saúde, Sérgio Cortês, o secretário de Educação, Wilson Risolia, e o secretário-chefe da Casa Civil, Regis Fichtner, também estavam presentes na reunião.

O governador ouviu as reivindicações dos manifestantes, que incluem a investigação dos contratos da construtora Delta e de Carlinhos Cachoeira. Os gastos da Copa do Mundo também foram questionados pelos que estão desde sexta-feira em frente ao edifício na rua Aristides Espínola, onde Cabral mora. Nesta sexta, será a vez de os manifestantes da Rocinha se encontrarem com o governador.

Em nota divulgada após a reunião, o governo do Estado afirmou que Cabral percebeu “grande sede de participação entre os jovens, que se mostraram dispostos a exercer de boa fé a cidadania". O governador também informou que foi agendado um novo encontro para o dia 1º de agosto, para que o grupo possa "apresentar uma pauta de ações e acompanhamento, principalmente nas áreas de Educação, Saúde e Segurança".

No comunicado, o governo disse ainda que "até o momento, além dos representantes que foram recebidos nesta quinta-feira, nenhum outro manifestante procurou o governo do Estado para solicitar audiência". "O governador reitera que está aberto a todos os movimentos que desejarem participar e colaborar para a melhoria dos serviços públicos", diz a nota.

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Na reunião de hoje, o grupo de manifestantes foi formado pelo tradutor e morador de Macaé Rafael Garcia, pela estudante de engenharia Danuza Medeiros, pela vendedora e moradora de Copacabana Julia Sinder, pelo estudante de fotografia e morador do Leblon Sven Waddington, e pelo analista de sistemas e morador de Botafogo Eduardo Oliveira.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

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A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Jornal do Brasil
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