Manifestantes complicam vias da região central de SP

11 out 2013 - 20h24
(atualizado às 22h54)
Manifestantes vestidos de preto e mascarados protestaram no centro de São Paulo nesta sexta-feira
Manifestantes vestidos de preto e mascarados protestaram no centro de São Paulo nesta sexta-feira
Foto: Vagner Magalhães / Terra

Manifestantes organizados em protesto contra a política de educação do governo do Estado de São Paulo ocuparam vias importantes do centro da capital paulista, no início da noite desta sexta-feira. Divulgado na página do movimento Black Bloc de São Paulo, o ato pretendia reunir 1 milhão de pessoas pela educação. Mas não passou de cem pessoas.

Por volta das 20h20, havia um número maior de policiais do que de manifestantes no ato. A maioria dos presentes no protesto vestia preto e tinha o rosto coberto.

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Na página do grupo, o ato é descrito como de repúdio ao governo do chefe do Executivo estadual, Geraldo Alckmin (PSDB), e em apoio aos protestos no Rio de Janeiro. No local, os manifestantes gritaram palavras de ordem contra o prefeito Fernando Haddad (PT), o governador fluminense Sérgio Cabral (PMDB), pediram melhoras na saúde e a libertação de detidos em outros atos. 

De acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), o protesto, cuja concentração foi marcada para as 17h, no Teatro Municipal, complicou o trânsito na região central da capital paulista. 

Em nota, a companhia solicitou aos motoristas que evitassem a região, por volta das 20h. A passeata passou por vias importantes, como a avenida Brigadeiro Luís Antônio e, por volta das 20h, chegou à avenida Paulista. 

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Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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