Manifestantes interrompem trânsito em frente ao Palácio dos Bandeirantes

18 jun 2013 - 10h15
(atualizado às 10h22)

Um grupo de manifestantes que protesta deste a noite de segunda-feira em frente ao Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, interrompe parcialmente a avenida Morumbi na manhã desta terça-feira. Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), a pista no sentido zona norte está bloqueada. No começo da manhã de hoje, cerca de 30 pessoas permaneciam em frente ao prédio, que é a sede do governo do Estado.

O trânsito é desviado pelos agentes por uma das faixas da pista no sentido contrário, em direção ao bairro de Santo Amaro. Mais cedo, o grupo fez uma fogueira no meio da pista para espantar o frio e sinalizar.

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Na noite de segunda-feira, houve confronto com a polícia. Um dos portões de acesso ao Palácio foi arrombado, mas não houve invasão. Os policiais usaram bombas de gás lacrimogêneo e gás de pimenta e os manifestantes teriam jogado bombas caseiras e rojões. Muros foram pichados. 

Cenas de guerra nos protestos em SP

A cidade de São Paulo vive protestos, que começaram contra o aumento na tarifa do transporte público, desde o dia 6 de junho. Manifestantes e policiais entraram em confronto em diferentes ocasiões, e ruas do centro se transformaram em cenários de guerra. Enquanto policiais usavam bombas e tiros de bala de borracha, manifestantes respondiam com pedras e rojões.

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Durante os atos, portas de agências bancárias e estabelecimentos comerciais foram quebrados, ônibus, muros e monumentos pichados e lixeiras incendiadas. Os manifestantes alegam que reagem à repressão opressiva da polícia, que age de maneira truculenta para tentar conter ou dispersar os protestos.

Veja a cronologia e mais detalhes sobre os protestos em SP

Segundo a administração pública, em quatro dias de manifestações mais de 250 pessoas foram presas, muitas sob acusação de depredação de patrimônio público e formação de quadrilha. No dia 13 de junho, bombas de gás lacrimogêneo lançadas pela Polícia Militar na rua da Consolação deram início a uma sequência de atos violentos por parte das forças de segurança, que se espalharam pelo centro.

O cenário foi de caos: manifestantes e pessoas pegas de surpresa pelo protesto correndo para todos os lados tentando se proteger; motoristas e passageiros de ônibus inalando gás de pimenta sem ter como fugir em meio ao trânsito; e vários jornalistas, que cobriam o protesto, detidos, ameaçados ou agredidos.

No dia seguinte ao protesto marcado pela violência, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) declarou que via "ações coordenadas" oportunistas no movimento, reiterou "a defesa do direito de ir e vir" da população, mas garantiu que não permitirá que os manifestantes prejudiquem a circulação de veículos e pessoas. No mesmo dia, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou que a polícia deve ser investigada por abusos cometidos, mas não deixou de criticar a ação dos ativistas.

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As agressões da polícia repercutiram negativamente na imprensa e também nas redes sociais. Vítimas e testemunhas da ação violenta divulgaram relatos, fotografias e vídeos na internet. A mobilização ultrapassou as fronteiras do País e ganhou as ruas de várias cidades do mundo. Dezenas de manifestações foram organizadas em outros países em apoio aos protestos em São Paulo e repúdio à ação violenta da Polícia Militar. Eventos foram marcados pelas redes sociais em quase 30 cidades da Europa, Estados Unidos e América Latina.

As passagens de ônibus, metrô e trem da cidade de São Paulo passaram a custar R$ 3,20 no dia 2 de junho. A tarifa anterior, de R$ 3, vigorava desde janeiro de 2011. Segundo a administração paulista, caso fosse feito o reajuste com base na inflação acumulada no período, aferido pelo IPC/Fipe, o valor chegaria a R$ 3,40. "O reajuste abaixo da inflação é um esforço da prefeitura para não onerar em excesso os passageiros", disse em nota.

O prefeito da capital havia declarado que o reajuste poderia ser menor caso o Congresso aprovasse a desoneração do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) para o transporte público. A proposta foi aprovada, mas não houve manifestação da administração municipal sobre redução das tarifas.

Fonte: Terra
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