Manifestantes promovem ato contra projeto da 'cura gay' em SP

21 jun 2013 - 14h12
(atualizado às 14h15)

Manifestantes agendaram para a tarde desta sexta-feira, no centro de São Paulo, um manifesto contra a aprovação do projeto de decreto legislativo que trata da "cura gay", na Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Câmara dos Deputados, presidida pelo deputado federal Pastor Marco Feliciano (PSC-SP).

O ato está marcado para as 17h desta sexta-feira, na praça Roosevelt, no centro de São Paulo. De acordo com o evento que organiza a manifestação no Facebook, não haverá caminhada, e os presentes ao ato ficarão concentrados no local.

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Até as 14h desta sexta-feira, cerca de 68 mil pessoas já haviam confirmado presença no protesto. Os organizadores pedem que os manifestantes levem cartazes e velas. 

Cura gay

A proposta, aprovada na terça-feira (18) na CDH, altera uma resolução do Conselho Federal de Psicologia (CFP) e suspende a vigência desse documento, que proíbe psicólogos de atuarem para mudar a orientação sexual de pacientes e considerar a homossexualidade como doença.

Há quase 30 anos a homossexualidade foi excluída da Classificação Internacional das Doenças. Em seu relatório, o relator da matéria na CDH, o deputado Anderson Ferreira (PR-PE), defendeu que a orientação do conselho impede que homossexuais "mudem" sua orientação com a ajuda de um profissional.

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Cenas de guerra nos protestos em SP

A cidade de São Paulo enfrenta protestos contra o aumento na tarifa do transporte público desde o dia 6 de junho. Manifestantes e policiais entraram em confronto em diferentes ocasiões e ruas do centro se transformaram em cenários de guerra.

Durante os atos, portas de agências bancárias e estabelecimentos comerciais foram quebrados, ônibus, prédios, muros e monumentos pichados e lixeiras incendiadas. Os manifestantes alegam que reagem à repressão da polícia, que age de maneira truculenta para tentar conter ou dispersar os protestos.

Veja a cronologia e mais detalhes sobre os protestos em SP

Mais de 250 pessoas foram presas durante as manifestações, muitas sob acusação de depredação de patrimônio público e formação de quadrilha. A mobilização ganhou força a partir do dia 13 de junho, quando o protesto foi marcado pela repressão opressiva. Bombas de gás lacrimogêneo lançadas pela Polícia Militar na rua da Consolação deram início a uma sequência de atos violentos por parte das forças de segurança, que se espalharam pelo centro.

O cenário foi de caos: manifestantes e pessoas pegas de surpresa pelo protesto correndo para todos os lados tentando se proteger; motoristas e passageiros de ônibus inalando gás de pimenta sem ter como fugir em meio ao trânsito; e vários jornalistas, que cobriam o protesto, detidos, ameaçados ou agredidos.

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As agressões da polícia repercutiram negativamente na imprensa e também nas redes sociais. Vítimas e testemunhas da ação violenta divulgaram relatos, fotografias e vídeos na internet. A mobilização ultrapassou as fronteiras do País e ganhou as ruas de várias cidades do mundo. Dezenas de manifestações foram organizadas em outros países em apoio aos protestos em São Paulo e repúdio à ação violenta da Polícia Militar. Eventos foram marcados pelas redes sociais em quase 30 cidades da Europa, Estados Unidos e América Latina.

As passagens de ônibus, metrô e trem da cidade de São Paulo passaram a custar R$ 3,20 no dia 2 de junho. A tarifa anterior, de R$ 3, vigorava desde janeiro de 2011. Segundo a administração paulista, caso fosse feito o reajuste com base na inflação acumulada no período, aferido pelo IPC/Fipe, o valor chegaria a R$ 3,40. No dia 19 de junho, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito Fernando Haddad (PT) anunciaram a redução dos preços das passagens de ônibus, metrô e trens metropolitanos para R$ 3. O preço da integração também retornou para o valor de R$ 4,65 depois de ter sido reajustado para R$ 5.

Fonte: Terra
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