O estudante Claudemir Gleybson Ferreira Herculano, de 14 anos, foi mordido por um tubarão quando dava um mergulho na praia de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, no último dia 5. Após o ataque, a vítima passou por cirurgia e teve a perna direita amputada devido à gravidade das lesões. Em entrevista ao Fantástico neste domingo, 5, ele relembrou o dia do ocorrido.
Claudemir é uma das três vítimas dos ataques que aconteceram nos últimos 20 dias no Grande Recife, em Pernambuco. Na área em que ele estava, o banho de mar é proibido pela prefeitura, justamente devido ao risco de ataques de tubarão.
Segundo o estudante, ele estava na praia com o tio, a tia e a prima quando tudo aconteceu. "Meu tio me tirou mais o bombeiro. Me tiraram da água, botaram na areia, deram o primeiro socorro, tiraram e me botaram para o helicóptero", contou o estudante ao Fantástico.
Após ser resgatado pelo helicóptero do Grupamento Tático Aéreo, da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco, ele foi levado para o bairro do Derby, onde uma ambulância de suporte avançado (USA) do Samu Recife o aguardava para realizar a transferência para o Hospital da Restauração (HR). Na unidade hospitalar, ele recebeu atendimento e precisou amputar uma das pernas, na altura da coxa.
A família do adolescente ainda não conseguiu organizar a casa para receber o jovem, que agora precisará de novos cuidados. "Quero melhorar, quero ir pra casa e continuar minha vida. Se Deus quiser, logo logo eu vou estar por lá, na casa da minha avó", afirmou o estudante, que também destacou que agora tem ainda mais certeza que quer seguir a profissão de bombeiro.
Outros dois ataques
Outros dois casos foram registrados recentemente em Pernambuco. Em Olinda, no dia 20 de fevereiro, o surfista André Luiz Gomes da Silva, de 32 anos, teve ferimentos leves.
E no último dia 6, uma outra adolescente, também de 14 anos, foi atacada e teve que amputar um dos braços. Ela e Claudemir foram atacados na mesma praia e permanecem internados.
"A gente sabe que a recuperação desses pacientes com o membro a reabilitação é mais fácil. Óbvio que se não é possível salvar o membro, tem condições de reabilitar, sim, e ter uma vida normal, que é o objetivo com esses dois adolescentes. A preocupação principal ainda é infecção. É uma ferida que foi causada por mordedura", disse ao Fantástico Petrus Andrade Lima, diretor-geral do Hospital da Restauração.
Presença de tubarões
Segundo levantado pelo Fantástico, estudos apontam que, no litoral da região metropolitana, existe um canal profundo logo atrás das pedras, onde os tubarões costumam ficar. Dessa forma, quando a maré sobe, os animais podem passar dos arrecifes e se aproximar dos banhistas.
No último fim de semana, as prefeituras colocaram bandeiras vermelhas e novas placas de sinalização nas praias, para sinalizar o perigo. As pessoas que desrespeitaram as orientações foram detidas, algemadas e levadas à delegacia, para prestar esclarecimentos.