Um médico e uma enfermeira da Policlínica de Vinhedo, no interior de São Paulo, foram afastados temporalmente após recusa de um médico em dar atendimento à filha de uma paciente falecida.
A Prefeitura de Vinhedo, no interior de São Paulo, abriu um processo disciplinar para investigar a conduta de um médico plantonista da Policlínica do bairro Capela, cujo nome não foi revelado. Ele foi filmado se recusando a tirar uma dúvida da filha de uma paciente que tinha morrido na unidade.
Nas imagens, que foram divulgadas pela EPTV, afiliada da TV Globo, é possível ver uma enfermeira, acompanhada da filha da paciente, perguntando se o médico podia atendê-la. De dentro do cômodo, o médico pede para que ela abra a porta.
“Vai adiante, pergunte o que você quer”, diz o médico. “Doutor, deixa só eu te falar uma coisa, quando ela tava lá no chão…”, inicia a filha da paciente, que é interrompida pelo profissional de saúde.
“Não, não, eu não quero saber. Ela está morta, não tem mais nada pra conversar”, diz ele. “Eu sei, deixa só eu tirar…”, ela tenta continuar, mas ele a interrompe novamente: “Então, senhora, deixa eu dormir. Ela já morreu. Não tem mais nada pra fazer por ela, tá bom? Pode ir”.
“Eu só quero tirar uma dúvida”, pede novamente a filha. “Não tem dúvida nenhuma. Ela está em óbito, tá? Tá bom? Não tem mais nada o que falar. Ela já está morta, acabou. Ela já chegou morta. Então, tranca a porta pra mim e deixa eu dormir”, o homem finaliza, ainda deitado.
Em nota, a administração lamentou o ocorrido e informou que os profissionais envolvidos, o médico e a enfermeira, foram afastados temporariamente até a conclusão do processo legal.
“A Prefeitura de Vinhedo informa que, diante dos fatos ocorridos no último fim de semana, na Policlínica da Capela, foi instaurado processo de apuração disciplinar dos profissionais envolvidos. Em tempo, durante a apuração e até a conclusão do processo legal, os servidores serão afastados temporariamente. Novamente, pedimos desculpas pelo ocorrido e mais uma vez também manifestamos nossas condolências à família da paciente”, escreveu.
À EPTV, a prefeitura informou que a idosa tratava um quadro de leucemia na unidade. Ela já havia passado mal na sexta-feira, 5, teve alta no sábado, 6, e no domingo, 7, voltou a passar mal, quando veio a óbito.