Uma criança de um ano e quatro meses, com suspeita de H1N1, morreu em Guararapes, no interior de São Paulo. A menina Ana Clara Tavares dos Santos foi internada com sintomas da doença no domingo na Santa Casa de Guararapes, e na quarta-feira, com agravamento do seu estado de saúde, foi transferida para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal da Santa Casa de Araçatuba, onde acabou morrendo, na sexta-feira.
Após o enterro da criança, neste sábado, a avó da menina, Nair Camara de Souza, disse que os médicos podem ter demorado no tratamento da neta. “Ela deu entrada no hospital no domingo, quando o médico nos disse que se tratava de suspeita de bronquite asmática; na segunda-feira, nos disseram que poderia ser pneumonia e só na quarta-feira nos disseram que a suspeita era de gripe A”, contou Nair. “Depois, em Araçatuba, nos disseram que poderia ser meningite meningocócica. Eu não entendo muito bem, mas será que não davam para terem diagnosticado antes? Será que minha netinha não deveria ter ido para a UTI antes?”, questionou.
Segundo Nair, os pais da menina, Joseli Tavares Pessoa e José Roberto Santos, foram orientados a colocar roupas especiais, luvas e máscaras, para verem a filha no necrotério da Santa Casa. “O caixão foi lacrado”, disse Nair.
A Santa Casa de Araçatuba informou que a criança recebeu o tratamento padrão, com Tamiflu, mas não resistiu. A Vigilância Epidemiológica de Araçatuba divulgou nota afirmando ter recebido a notícia do óbito, mas que o resultado da coleta feita por exame ainda não tinha sido divulgado pelo Instituto Adolfo Lutz.
O pediatra Ivan Tadeu Resende, que atendeu a criança na Santa Casa de Guararapes disse que a evolução do quadro da menina foi “muito rápido” e como, inicialmente, a criança não apresentava quadro grave, a transferência para a UTI foi considerada desnecessária. “A criança chegou cansada e ainda no domingo iniciamos tratamento com antibióticos. No raio X feito na segunda-feira, não havia nada”, disse.
De acordo com o médico, a criança piorou a partir de quarta-feira, quando novo exame foi realizado. “Na terça-feira ela começou a ficar mais cansada e na quarta-feira, quando fizemos novo raio X, a criancinha estava com os pulmões tomados pela infecção”, contou o médico. “A rapidez no agravamento do quadro da criança nos surpreendeu porque até terça-feira ela estava bem clinicamente, não havia nada que pudesse nos levar à possibilidade de uma piora tão rápida”, disse.
Ao perceber o agravamento, o médico determinou a transferência da criança para a UTI neonatal mais próxima, em Araçatuba, agora já com o diagnostico provável de H1N1. O resultado com as causas da morte deve ser divulgado em até 30 dias.