O pai de Kamila Vitória Aparecida de Sousa, de 12 anos, que foi baleada e morreu enquanto brincava na Favela do Guarda, em Del Castilho, na Zona Norte do Rio de Janeiro, na noite de quinta-feira, 5, se emocionou ao relembrar os últimos momentos da filha com vida durante uma entrevista à imprensa, em frente ao Instituto Médico Legal (IML).
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O promotor de vendas Sandro Alves Silva relatou nesta sexta-feira, 6, que Kamila estava jogando queimado com amigos em uma praça pública quando um tiroteio intenso começou. Ele contou que gritou para a filha se esconder.
“As últimas palavras foram: 'Pai, pai'. Aí eu falei: 'Minha filha fica aí abaixada'. Aí ela sentou na quadra e depois se deitou. Mas não deu para ir até ela, porque estava tendo muito tiro. Depois que acabaram os tiros, fui perto dela, eu e os vizinhos, aí socorremos ela, coloquei dentro do carro e levei para o hospital", disse o pai emocionado.
Em seguida, Sandro relembrou um pedido de Natal que a filha havia feito para ele. “A Kamila era uma menina nota dez. Não deu tempo de entregar o presentinho que ela mais queria, uma joelheira que iria usar para um campeonato de vôlei que ela estava participando. Agora, ver as coisas dela lá tem sido difícil. Queremos justiça”, afirmou.
Ao Terra, a Polícia Civil do Rio informou que familiares contaram que ela foi atingida por um dos disparos durante confronto de criminosos no local. Ela foi socorrida para o Hospital Salgado Filho, no Méier, mas não resistiu.
Segundo a Polícia Militar, o confronto teria sido entre quadrilhas rivais, e quando as equipes chagaram na comunidade, os criminosos já haviam fugido. Após o caso, o comando do 3° Batalhão de Polícia Militar (BPM) determinou o reforço no policiamento na região, que permanece até o momento.
A equipe de investigação já ouviu parentes de Kamila e está em busca de mais informações para identificar a origem do disparo que atingiu a menina, bem como descobrir a motivação do confronto. O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).