O Mercado Municipal de São Paulo e o mercado vizinho Kinjo Yamato foram reinaugurados na manhã desta segunda-feira, 20, após a conclusão de parte das obras de restauro e melhorias nos prédios históricos, promovidas pela concessionária Mercado SP, que assumiu a gestão dos espaços em 2021, já com esta obrigação prevista em contrato. Porém, a entrega completa das obras deve acontecer somente em agosto deste ano.
"Enquanto as intervenções no edifício do Mercadão já foram concluídas, as melhorias externas — incluindo estacionamentos e calçadas — receberam recentemente a aprovação dos órgãos de proteção e serão iniciadas em breve. A conclusão dessas obras será acompanhada por um anúncio oficial", afirma a Mercado SP.
O prazo inicial para a conclusão da obra era junho de 2023, mas houve atrasos pela necessidade de aprovações do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp), conforme a Prefeitura e a concessionária.
No ano passado o Tribunal de Contas do Município (TCM) chegou a investigar a concessão e houve questionamento até sobre a cor da fachada do edifício por causa dos atrasos. Mas a Prefeitura afirma que a prorrogação do prazo para agosto de 2025 foi necessária por conta da "complexidade de algumas intervenções", que precisaram ser analisadas em detalhe pelo Conpresp, e diz que tudo foi feito com a autorização do órgão.
"A restauração foi conduzida por escritórios de projeto especializados", acrescenta a Mercado SP. "Cada etapa priorizou a cessação de danos, a garantia da estanqueidade das estruturas e o desenvolvimento de melhorias abrangentes, incluindo sistemas hidráulicos, elétricos, de drenagem, proteção contra descargas elétricas, revisão de coberturas, e ampliações estruturais", afirma a concessionária.
Veja o que já foi reformado nos mercados municipais:
- Troca e recuperação dos telhados;
- Restauração da fachada do Mercadão, com nova pintura;
- Manutenção e valorização dos vitrais históricos do Mercadão, que retratam a pecuária e agricultura paulista;
- Troca dos pisos internos, com preservação das tampas comemorativas;
- Implementação de itens para acessibilidade de pessoas com deficiência;
- Instalação de 285 pilares e pendentes para iluminação cenográfica interna;
- Instalação de três geradores de energia e reparos elétricos necessários;
- Abertura do mezanino para o público e construção de passarelas e um toldo no mercado Kinjo Yamato.
E o que falta ser reformado:
- Troca do calçamento externo;
- Ampliação do mezanino do Mercadão (esta obra não faz parte da restauração prevista no contrato de concessão, mas é uma iniciativa da concessionária);
- Restauração da fachada do mercado Kinjo Yamato;
- Instalação de elevador e outros projetos de infraestrutura no Kinjo Yamato.
Última reforma foi há mais de 20 anos
A última reforma no Mercadão tinha sido feita em 2004, conforme a Mercado SP. "O icônico Mercado Municipal Paulistano, conhecido como Mercadão, foi completamente restaurado e requalificado, marcando um novo capítulo em sua história", disse a empresa sobre a reinauguração.
A concessionária também afirmou que foram feitas parcerias com a Guarda Civil Metropolitana (GCM) e a Polícia Militar para implementar estratégias que "reduziram significativamente as ocorrências na região".
O Radar da Criminalidade, plataforma do Estadão que utiliza dados públicos para monitorar a segurança pública em São Paulo, mostra redução de 12,5% nos crimes na região da Rua da Cantareira, onde fica o Mercadão, em novembro de 2024, último mês cujos dados oficiais foram divulgados.
Com área total de 22.147 m² e 18.601 m² construídos, o Mercadão abriga 256 boxes com empórios, açougues, peixarias e restaurantes, conforme a Mercado SP. Também oferece estacionamento com capacidade para 197 veículos.
Já o Mercado Kinjo Yamato conta com 109 boxes e barracas, totalizando 365 pontos de comércio entre os dois mercados. Segundo a concessionária, as obras de melhorias e reparos ajudaram a aumentar o número de visitantes nos últimos anos.
"O fluxo de visitantes cresceu entre 10% e 15% ao ano desde 2021, e, em 2024, cerca de 30% a 35% do público total era composto por turistas, vindos de diversas partes do Brasil e de outros países. Atualmente, o Mercadão recebe, em média, 10 a 12 mil visitantes nos dias úteis e 20 a 30 mil nos finais de semana."