Após a greve no Metrô de São Paulo na última terça-feira, 3, a categoria decidiu em assembleia realizada na última quinta-feira, 5, por não continuar os movimentos grevistas nesta semana. No entanto, será realizada uma manifestação nesta segunda-feira, 9.
O Sindicato dos Metroviários afirmou que seguirá na "luta contra os pregões de terceirização no atendimento nas estações e manutenção dos trens na linha 15", com um ato que ocorrerá a partir das 16h em frente ao Edifício Cidade 2 (Rua Boa Vista, 175).
Além disso, desde a noite de sexta-feira, 6, em um gesto simbólico, os funcionários de Estação, Tráfego e CCO optaram por retirar seus uniformes e utilizar coletes da Campanha Contra as Privatizações e Terceirizações, enquanto os seguranças adotaram braçais.
O Sindicato dos Metroviários também informou que foi enviada uma carta ao Governo de São Paulo solicitando uma reunião de negociação, e que a categoria aguarda uma resposta oficial.
Fim da greve
Em assembleia realizada na noite da terça-feira passada, o Sindicato dos Metroviários decidiu encerrar a greve do Metrô de São Paulo. As linhas de trem e metrô voltaram a funcionar normalmente na quarta-feira, 4.
A votação contou com a participação de mais 2.900 trabalhadores. Destes, 79% votaram pelo encerramento da greve, enquanto 19% quiseram continuar o movimento. E 1.161, cerca de 39%, votaram para que não houvesse novos movimentos nesta semana.
O grupo considerou exitosa a greve unificada da última terça, que contou também com a participação dos ferroviários da CPTM e dos trabalhadores da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo).
"A nossa avaliação é de que a população apoiou a nossa luta e apoiou o combate às privatizações", disse Camila Lisboa, presidente do Sindicato dos Metroviários.
Apesar da maioria ter escolhido não continuar os movimentos grevistas, Camila se mostrou otimista no que chamou de "luta contra a terceirização e privatização".
No início da votação, ela rebateu as falas do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que disse que seu plano de privatização havia sido aprovado nas urnas. "Isso não é verdade, porque ano passado, ele chegou a dizer que cancelaria os contratos de concessão com as linhas 8 e 9 caso os problemas continuassem", afirmou a presidente, se referindo às falhas nas linhas privatizadas.
A CPTM e a Sabesp também não devem realizar novos atos de paralisação, já que a ação estava prevista apenas para a última terça-feira.
Tarcísio reforça privatização
Apesar do apelo dos grevistas, o governador Tarcísio se manteve firme na defesa pela privatização ao longo da terça-feira - dia da greve - e reforçou que vai manter a agenda prometida durante a campanha eleitoral. Ele chamou a ação dos trabalhadores de "ilegal", "abusiva" e "política".
Em entrevista à imprensa na manhã de terça, o governador chegou a elogiar a operação nas linhas privatizadas. Horas depois, porém, uma pane na Linha 9 - Esmeralda, gerida pela Via Mobilidade, gerou combustível para os opositores ao gestor.