Cerca de 100 pessoas fizeram um ato pedindo a volta dos militares ao poder na tarde deste sábado, na região central de Belo Horizonte. O evento, chamado Marcha da Família em Deus, foi convocado e divulgado no Facebook. A concentração foi em frente ao 12º Batalhão de Infantaria do Exército.
O grupo era liderado por estudantes que se identificaram como de direita e militares aposentados do Exército e da Polícia Militar. Primeiro, eles cantaram e discursaram proferindo palavras de ordem contra o comunismo e o governo da presidente Dilma Rousseff (PT). Depois, saíram em passeata, "puxados" por um carro que tocava músicas militares e os hinos Nacional e da Bandeira. O grupo defende a criação de uma chapa para concorrer à Presidência da República encabeçada pelo general Augusto Heleno e pelo deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ).
Em discursos inflamados, gritaram pedindo que as forças armadas tomem o poder, como ocorreu há 50 anos, no que o grupo definiu como "revolução vitoriosa", explicou o tenente-coronel aposentado do Exército Pedro Cândido Ferrerira Filho, que fez questão de exaltar, ao megafone, que foi um dos militares que participou do golpe de 1964.
Túlio Naves, pesquisador de mercado, foi um dos organizadores da marcha em Belo Horizonte. Para justificar o movimento, disse que as pessoas que participaram "têm as mesmas ideologias e estão cansadas de tanta corrupção no governo e no Congresso, por isso defendem a dissolvição do parlamento e a tomada do poder". "Intervenção militar não é golpe, está amparada pela Constituição", argumentou.
O técnico em informática Rodrigo Teixeira, 22 anos, neto de um coronel do Exército, disse que sempre ouviu do avô que "naquela época as pessoas viviam melhor. O Brasil era um país íntegro, não tinha tanta corrupção, roubalheira", afirmou.
Também neto de oficial do Exército, o estudante J. M., 18 anos, pediu para não ter o nome revelado. Disse que o avô também contava a ele "histórias boas" do período militar. Perguntado se concordava com a tortura a que muitos presos políticos foram submetidos, respondeu: "O que a gente tem que entender da revolução de 64 era que o contexto era o da Guerra Fria e os comunistas queriam tomar o poder. A revolução de 64 salvou o País de ser uma Coreia do Norte. Houve tortura de modo individualizado, não institucionalizado. E a tortura se justifica porque, se alguém não fizesse alguma coisa, o Brasil iria afundar", afirmou.
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São Paulo - Cerca de 1 mil pessoas se reuniram na tarde deste sábado na Praça da Sé, em São Paulo, para a Marcha Antifascista, evento organizado em resposta à Marcha da Família
Foto: Thiago Tufano
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São Paulo - A concentração ocorria pacificamente, mas registrou ao menos um tumulto isolado: uma mulher foi hostilizada ao gritar contra o evento, enquanto carregava uma Bandeira do Brasil e uma cartaz que dizia 'Brasil não é Cuba'
Foto: Gabriela Biló
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São Paulo - Cartaz que a mulher carregava. Ela foi vaiada, chamada de fascista e alguns manifestantes tentaram tirar a bandeira de sua mão
Foto: Thiago Tufano
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São Paulo - Ainda concentrados na Sé, manifestantes da marcha antifascista queimaram uma bandeira do Brasil
Foto: Gabriela Biló
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São Paulo - Marcha antifascista foi organizada em resposta a marchas da família com Deus marcadas para este sábado
Foto: Thiago Tufano
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São Paulo - Black blocs também estiveram presentes no protesto antifascista
Foto: Thiago Tufano
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São Paulo - Havia 200 policiais militares acompanhando a manifestação antifascista, segundo a corporação
Foto: Thiago Tufano
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São Paulo - A marcha antifascista também protesta contra a ditadura
Foto: Thiago Tufano
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São Paulo - O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) também participou da concentração da marcha antifascista
Foto: Taba Benedicto
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São Paulo - Com gritos de "Fora, Lula" e "Dilma safada", cerca de 1 mil pessoas participaram da Marcha pela Família com Deus, que saiu da região central de São Paulo
Foto: Ricardo Matsukawa
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São Paulo - O grupo pró-família se concentrou na Praça da República e, por volta das 16h20, saiu em caminhada em direção da Praça da Sé, onde se concentrava a marcha do grupo antifascista
Foto: Ricardo Matsukawa
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São Paulo - Na marcha da família, houve tumulto na Praça da República. Manifestantes se insurgiram contra pessoas as quais acusavam de ser "comunistas" ou "petistas". Um aposentado que usava calça e tênis vermelhos foi expulso da marcha, pois, segundo seus algozes, seria do PT
Foto: Ricardo Matsukawa
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São Paulo - "Sou a favor do Brasil acima de tudo, independentemente de qualquer partido político. Se um dia for preciso, defendo intervenção militar", declarou o aposentado hostilizado, que não quis se identificar.
Foto: Renato Mendes
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São Paulo - Na confusão na marcha da família, o fotógrafo Leonardo Martins, 25 anos, da agência Frame, acabou sendo agredido, quando um manifestante bateu em sua câmera, machucando a testa do profissional
Foto: Ricardo Matsukawa
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São Paulo - Durante a marcha, os manifestantes gritavam palavras de ordem como "Deus, pátria e família" e "Verde e amarelo sem foice nem martelo"
Foto: Ricardo Matsukawa
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São Paulo - Muitos carregavam bandeiras do Brasil ou mesmo se vestiam com ela durante a marcha da família
Foto: Ricardo Matsukawa
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São Paulo - Nas proximidades da rua Xavier de Toledo, os manifestantes pró-família cruzaram com jovens vestidos de preto, que se encaminhavam para o show da banda Metallica. Confundidos com black blocs, eles foram agredidos
Foto: Ricardo Matsukawa
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São Paulo - A Polícia Militar usou 150 agentes para acompanhar a marcha da família, entre eles, homens da chamada "tropa do braço"
Foto: Ricardo Matsukawa
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São Paulo - A marcha pela família com Deus reuniu, em sua maioria, homens
Foto: Ricardo Matsukawa
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São Paulo - Imagem de Nossa Senhora de Fátima foi usada no protesto pró-família
Foto: Ricardo Matsukawa
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Rio de Janeiro -
Foto: Mauro Pimentel
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Rio de Janeiro - No Rio, a marcha da família acabou em tumulto com grupo contrário ao protesto
Foto: Mauro Pimentel
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Rio de Janeiro - Convocada via internet, a reedição da Marcha pela Família com Deus levou cerca de 100 pessoas ao centro do Rio neste sábado
Foto: Mauro Pimentel
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Rio de Janeiro - No final do ato pela família, havia cerca de 200 manifestantes. Outras 200 pessoas surgiram numa espécie de contramarcha, com bandeiras comunistas
Foto: Mauro Pimentel
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Rio de Janeiro - O outro grupo chamava os manifestantes de fascistas, e era chamado de terrorista. A polícia precisou intervir e dispersou o confronto com balas de borracha
Foto: Mauro Pimentel
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Rio de Janeiro - Policiais e manifestantes também entraram em confronto
Foto: Mauro Pimentel
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Rio de Janeiro - Após o tumulto, o protesto foi dispersado
Foto: Mauro Pimentel
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Belo Horizonte - Cerca de 100 pessoas fizeram um ato pedindo a volta dos militares ao poder na tarde deste sábado, na região central de Belo Horizonte
Foto: Ney Rubens
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Belo Horizonte - O evento, chamado Marcha da Família em Deus, foi convocado e divulgado no Facebook
Foto: Ney Rubens
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Belo Horizonte - A concentração foi em frente ao 12º Batalhão de Infantaria do Exército
Foto: Ney Rubens
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Belo Horizonte - O grupo foi liderado por estudantes que se identificaram como de direita e militares aposentados do Exército e da Polícia Militar
Foto: Ney Rubens
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Belo Horizonte - Primeiro, eles cantaram e discursaram proferindo palavras de ordem contra o comunismo e o governo da presidente Dilma Rousseff (PT)
Foto: Ney Rubens
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Belo Horizonte - Depois, saíram em passeata, "puxados" por um carro que tocava músicas militares e os hinos Nacional e da Bandeira
Foto: Ney Rubens
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Belo Horizonte - Em discursos inflamados, gritaram pedindo que as forças armadas tomem o poder, como ocorreu há 50 anos, no que o grupo definiu como "revolução vitoriosa", explicou o tenente-coronel aposentado do Exército Pedro Cândido Ferrerira Filho, que fez questão de exaltar, ao megafone, que foi um dos militares que participou do golpe de 1964
Foto: Ney Rubens
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Belo Horizonte - Túlio Naves, pesquisador de mercado, foi um dos organizadores da marcha em Belo Horizonte. Para justificar o movimento, disse que as pessoas que participaram "têm as mesmas ideologias e estão cansadas de tanta corrupção no governo e no Congresso, por isso defendem a dissolvição do parlamento e a tomada do poder"
Foto: Ney Rubens
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Belo Horizonte - O técnico em informática Rodrigo Teixeira, 22 anos, neto de um coronel do Exército, disse que sempre ouviu do avô que "naquela época as pessoas viviam melhor. O Brasil era um país íntegro, não tinha tanta corrupção, roubalheira", afirmou
Foto: Ney Rubens
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Belo Horizonte - O grupo da marcha da família foi liderado por estudantes que se identificaram como de direita e militares aposentados do Exército e da Polícia Militar
Foto: Ney Rubens
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Rio de Janeiro - O deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) durante a Marcha da Família com Deus
Foto: Mauro Pimentel
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Rio de Janeiro - Manifestantes na Marcha da Família com Deus
Foto: Mauro Pimentel
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Rio de Janeiro - Manifestantes na Marcha da Família com Deus
Foto: Mauro Pimentel
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Foto: Mauro Pimentel
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Rio de Janeiro - O deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) durante a Marcha da Família com Deus
Foto: Mauro Pimentel
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Foto: Mauro Pimentel
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Foto: Mauro Pimentel
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Rio de Janeiro - Marcha da Família com Deus reuniu militares aposentados e simpatizantes da ditadura militar
Foto: Mauro Pimentel
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Rio de Janeiro - Marcha da Família com Deus reuniu militares aposentados e simpatizantes da ditadura militar
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Rio de Janeiro - Marcha da Família com Deus reuniu militares aposentados e simpatizantes da ditadura militar
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Rio de Janeiro - Marcha da Família com Deus reuniu militares aposentados e simpatizantes da ditadura militar
Foto: Mauro Pimentel
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Foto: Ricardo Matsukawa
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São Paulo - Dos quatro detidos na marcha da família, um foi por crime ambiental por tentar pixar a faixa de um manifestante
Foto: Ricardo Matsukawa
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São Paulo - Nas escadarias da catedral da Sé, manifestantes da Marcha da Família com Deus pediram uma salva de palmas aos policiais militares, a quem chamaram de "nossos heróis"
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São Paulo - A marcha antifascista também protestou contra a ditadura no último sábado
Foto: Kevin David
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São Paulo - A marcha antifascista também protestou contra a ditadura no último sábado
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São Paulo - A marcha antifascista também protestou contra a ditadura no último sábado
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São Paulo - A marcha antifascista também protestou contra a ditadura no último sábado
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São Paulo - A marcha antifascista também protestou contra a ditadura no último sábado
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São Paulo - A marcha antifascista também protestou contra a ditadura no último sábado
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São Paulo - A marcha antifascista também protestou contra a ditadura no último sábado