MG: PM vai revistar e identificar mascarados em protestos

6 set 2013 - 18h12
(atualizado às 18h12)

A Polícia Militar de Minas Gerais informou nesta sexta-feira que vai revistar todas as pessoas que estiverem escondendo o rosto com máscaras e roupas nas manifestações previstas para o feriado de 7 de Setembro em Belo Horizonte. De acordo com o coronel Antônio Carvalho, comandante do Batalhão de Eventos, os manifestantes serão abordados e, caso não se identifiquem, serão detidos e levados a uma delegacia. 

Três mil policiais serão escalados para fazer o patrulhamento na região da avenida Afonso Pena, no centro de Belo Horizonte, onde acontecerá o desfile da Independência. “Nossa palavra de ordem é negociar sempre, baseado no diálogo para manter a ordem”, afirmou o coronel. Quando perguntado se a PM utilizará balas de borracha e gás lacrimogêneo, ele respondeu: "caso haja  necessidade".

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Alto risco

Por receio de problemas que possam ser causados durante as manifestações, os alunos do Colégio Militar, do Exército, do Colégio Tiradentes e da Polícia Militar não vão participar do desfile na avenida Afonso Pena.

Na região metropolitana de Belo Horizonte, a prefeitura de Contagem comunicou que cancelou o desfile de 7 de Setembro por medida de segurança. 

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

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A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Especial para Terra
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