O secretário de Obras e Infraestrutura de Belo Horizonte, José Lauro Nogueira, admitiu, nesta sexta-feira, erro durante as obras do viaduto Guararapes, que caiu na tarde de ontem e matou duas pessoas, deixando outras 23 feridas na região da Pampulha, na capital mineira. Nogueira elogiou a construtora Cowan, responsável pela obra e vencedora da licitação, e classificou o evento como um “acidente”, dizendo não ter havido pressa para entrega do viaduto, que fazia parte de obras do BRT Move.
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“Entendemos que sim houve um erro e como eu disse estamos em uma etapa de identificação das causas do problema. A responsabilidade é solidária de várias entidades e empresas. A licitação pública como sempre, é um processo que selecionou excelentes empresas, com muita experiência. É necessário ter calma suficiente para que as causas sejam identificadas”, afirmou o secretário.
Peritos chegaram a afirmar que a retirada das chamadas escoras foi feita antes do tempo e que isso seria um dos fatores que teria causado a queda do viaduto em cima de quatro veículos, sendo dois caminhões, um ônibus e um carro de passeio.
“A questão da retirada das escoras é uma etapa técnica prevista em cronograma. Em nenhum momento elas foram retiradas contrariando os padrões de engenharia. Todos os tempos para que a estrutura fosse considerada estável, não é um processo automático. É uma tarefa que tem até sua execução uma série de etapas de exame testes executada. Tudo foi feito sem nenhum açodamento por parte das empresas e da prefeitura”, justificou. “Do ponto de vista técnico só posso classificar como acidente porque as medidas tomadas de execução e fiscalização estavam dirigidas para o sucesso da obra”, completou.
BH: Perícia analisa retirada prematura de escoras em viaduto
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Nogueira afirmou que a prefeitura e as empresas envolvidas irão colaborar com a Polícia Civil para que as investigações sejam feitas. Segundo ele, vistorias e análises estão sendo realizadas por engenheiros da administração municipal e de outras empresas isentas para que tudo ocorra de maneira correta.
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BH: vídeo mostra desespero de feridos após queda de viaduto
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“Neste momento é importante satisfazer as necessidades da Polícia Civil, fornecendo elementos de projeto. Em seguida nós procederemos a demolição do trecho que impede o tráfego e outras medidas profiláticas objetivando a garantia da segurança”, afirmou. De acordo com o secretário, o trabalho de demolição e retirada dos escombros do viaduto Guararapes deve demorar 24 horas. Depois disso, o tráfego deve ser liberado.
Feridos e familiares terão acompanhamento psicológico
O secretário municipal de Saúde, Fabiano Pimenta, afirmou que a Cowan arcou com as despesas de enterro e velório das duas vítimas fatais e disse que todos os envolvidos no acidente, incluindo familiares das vítimas, poderão ter um acompanhamento psicológico.
“O serviço da assistência psicossocial visita todos os que tiveram alta e que estão nos domicílios para acompanhar pós-alta hospitalar. Implantamos através do telefone 3277-6269, um serviço que vai funcionar para agendamento de consulta para todas as pessoas que necessitarem de apoio. Esse sistema não tem tempo para terminar”, afirmou.
De acordo com o secretário, dos 23 feridos, apenas um permanece internado no Hospital João XXIII, mas não corre risco de morte. Ele é um dos três funcionários da empresa que foram afetados pelo acidente.
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Viaduto que faz parte das obras de duplicação da avenida Dom Pedro I para instalação do BRT
Foto: Iran Barbosa / Twitter
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Pelo menos dois carros, um caminhão e um micro-ônibus foram atingidos
Foto: Iran Barbosa / Twitter
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Bombeiros confirmaram a morte de ao menos duas pessoas e sete feridos
Foto: Iran Barbosa / Twitter
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Até o meio da tarde, duas mortes haviam sido confirmadas; sete pessoas ficaram feridas
Foto: Ney Rubens
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Colapso da estrutura foi total; viaduto estava ainda sendo construído
Foto: Ney Rubens
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Mulher chora à espera de notícias sobre sobreviventes no colapso do viaduto
Foto: Ney Rubens
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Pouco menos de uma hora depois da queda, equipes de resgate começaram a retirar o ônibus preso pelos escombros do viaduto
Foto: Ney Rubens
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Detalhe mostra frente de caminhão atingida pela quada do viaduto
Foto: Lincon Zarbietti / O Tempo
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Viaduto estava em construção em meio a outras obras na região
Foto: Lincon Zarbietti / O Tempo
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Equipes de segurança trabalham na busca por sobreviventes na queda do viaduto
Foto: Lincon Zarbietti / O Tempo
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Construção do viaduto faz parte das obras encomendadas por ocasião da Copa do Mundo em Belo Horizonte
Foto: Lincon Zarbietti / O Tempo
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As imagens de fotógrafos e cinegrafistas mostram o que seria um colapso total da obra em uma área com baixa movimentação
Foto: Victor R. Caivano
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Curiosos observam o viaduto de longe enquanto bombeiros trabalham nos escombros das estruturas
Foto: Flávio Tavares / Hoje em Dia
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Complexo integrava obras da Copa, e outro viaduto já havia sido interditado em fevereiro
Foto: Ney Rubens
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O acidente motiva protestos contra a Copa na região do viaduto
Foto: Ney Rubens
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Prefeito Márcio Lacerda diz que liberação de viaduto "em acabamento é normal" e se exime de responsabilidade, afirmando que obra cabia a consórcio
Foto: Ney Rubens
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O tenente-coronel Edgar Estevo da Silva afirmou que o veículo sob os escombros é um Uno
Foto: Ney Rubens
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Emiliano Luiz, pai de cobradora do ônibus esmagado pela queda do viaduto em Belo Horizonte; a filha foi uma das 13 pessoas a serem resgatadas com vida do coletivo, cuja motorista morreu
Foto: Marcellus Madureira
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Perícia é feita nesta sexta-feira no viaduto que caiu em Belo Horizonte (MG)
Foto: Ney Rubens
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Perícia é feita por servidores do Crea, da Polícia Federal, do Instituto de Criminalística da Polícia Civil e das defesas Civil, Municipal e Estadual
Foto: Ney Rubens
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Funcionários da construtora também participam da perícia no viaduto
Foto: Ney Rubens
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Equipes fazem perícia do viaduto para descobrir as causas da queda
Foto: Ney Rubens
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Velório e enterro do corpo da motorista Hanna Cristina dos Santos, no Cemitério Bosque da Esperança em Belo Horizonte
Foto: Léo Fontes
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Máquinas começaram a demolir o viaduto nesta segunda-feira
Foto: Uarlen Valerio/O Tempo
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Moradores fazem culto ecumênico alguns dias após queda do viaduto que matou duas pessoas. Missa ocorreu próximo ao local
Foto: Luiz Costa / Hoje em Dia
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Obras são retomadas na alça do viaduto Batalha dos Guararapes, na avenida Pedro I, na tarde deste sábado
Foto: Wesley Rodrigues / Hoje em Dia
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A estrutura foi içada por guindastes e a sustentação está sendo testada. Assim, a prefeitura adiou a liberação das pistas
Foto: Wesley Rodrigues / Hoje em Dia
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Operários trabalham em obras de remoção de escombros neste domingo, do viaduto que desmoronou na avenida Dom Pedro I
Foto: André Brant / Hoje em Dia
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População deixa flores pelas duas vítimas do acidente e protesta
Foto: André Brant / Hoje em Dia
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Moradores de dois condomínios e uma escola vizinhos ao viaduto serão removidos do local por questão de segurança
Foto: Fernanda Carvalho/O Tempo
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Moradores de condomínios vizinhos ao viaduto Batalha dos Guararapes choram ao chegar a hotel após deixarem suas casas, neste domingo. A previsão é de que todos os prédios sejam evacuados até o início dos trabalhos de remoção do restante da estrutura que ruiu no último dia 3
Foto: Ricardo Bastos / Hoje em Dia
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Defesa Civil auxilia na remoção de moradores dos condomínios. Eles foram encaminhados a um hotel. Ao todo, cerca de 40 famílias que vivem mais próximas aos escombros do viaduto devem deixar seus imóveis