Ministra dos Direitos Humanos cobra apuração de morte de jovem por PM

Ministra colocou secretaria à disposição da família de adolescente, cuja morte motivou uma série de protestos em São Paulo

28 out 2013 - 20h33
(atualizado às 20h38)
<p>Protesto contra morte de jovem bloqueia Fernão Dias em São Paulo. Caminhões foram saqueados, invadidos e incendiados na rodovia</p>
Protesto contra morte de jovem bloqueia Fernão Dias em São Paulo. Caminhões foram saqueados, invadidos e incendiados na rodovia
Foto: Beto Martins / Futura Press

A ministra da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, prestou nesta segunda-feira sua solidariedade à família do adolescente Douglas Martins Rodrigues, 17 anos, morto após ser baleado durante uma abordagem policial no Jaçanã, zona norte de São Paulo, na noite de domingo. Segundo a ministra, a investigação do caso será acompanhada pela secretaria.

"Me solidarizo profundamente com a família do adolescente morto após abordagem policial neste domingo (27), em São Paulo. Determinei que a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos acompanhe toda a investigação deste caso que abreviou de forma trágica a vida de mais um jovem brasileiro", declarou Maria do Rosário.

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"Da mesma forma, coloco a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República à disposição da família neste momento de dor. Quero ressaltar ainda a importância das discussões que estão sendo conduzidas pelo CDDPH sobre o uso de armamentos durante a abordagem policial", disse à ministro, em referência ao trabalho da Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana. A ministra, porém fez uma ressalva: "mas reforço que a indignação com o caso não seja em tom de violência, pois além de não contribuir com a justiça, aumenta o sofrimento da família".

De acordo com a Polícia Militar, na tarde do domingo vários policiais foram ao bairro Jaçanã para atender um incidente, quando, após tentar revistar dois suspeitos, houve um "disparo acidental" que atingiu o adolescente Douglas Martins Rodrigues no tórax, por volta das 14h30. O jovem foi socorrido e levado ao Hospital Jaçanã, onde morreu, e o PM responsável pelo disparo, Luciano Pinheiro Bispo, 31 anos, foi "acusado de flagrante delito por homicídio culposo".

Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), testemunhas afirmaram na delegacia que o tiro pareceu acidental. A arma do PM foi apreendida e a perícia realizada no local. O policial foi detido e encaminhado ao presídio militar Romão Gomes.

O caso foi registrado no 73º Distrito Policial (Jaçanã), mas encaminhado ao 39º DP (Vila Gustavo), onde será investigado.

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A morte de Douglas gerou revolta entre moradores da Vila Medeiros, que atearam fogo em três ônibus e em um automóvel na noite de domingo, em protesto contra a ação policial. Nesta segunda-feira, houve novos protestos durante o enterro da vítima. Desde as 19h, manifestantes bloqueiam a rodovia Fernão Dias, ateando fogo em caminhões e ônibus.

Fonte: Terra
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