Ministro diz que manifestação 'não vai melar' 7 de Setembro em Brasília

29 ago 2013 - 21h36
(atualizado às 21h36)

O ministro da Defesa, Celso Amorim, negou nesta quinta-feira que as manifestações previstas para ocorrer em Brasília no 7 de Setembro prejudicarão as festividades pela Independência. Com a presença da presidente Dilma Rousseff e apenas três meses após a onda de protestos pelo País, grupos independentes organizados em redes sociais se preparam para fazer um contraponto à cerimônia oficial.

 “(A manifestação) não vai melar nada. Vai ter uma segurança adequada, mas com conforto. Sem nenhum alarme, para a população poder festejar”, afirmou o ministro.

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Nesta tarde, um grupo interministerial se encontrou para acertar detalhes da organização do evento. Uma agência foi contratada por meio de pregão eletrônico para montar a infraestrutura do desfile. O contrato firmado foi de R$ 829 mil para montagem de arquibancada para 24 mil pessoas ao longo de um trajeto de dois quilômetros. Também serão instalados banheiros químicos e um camarote para autoridades. A segurança para as festividades ficará sob a responsabilidade do Governo do Distrito Federal (GDF).  

O desfile começará às 8h45, e a previsão de encerramento é para 10h30. Amorim não respondeu se houve uma redução no tempo de desfile a fim de evitar uma coincidência entre o evento e a marcha dos manifestantes. 

Devido a uma troca na frota de aeronaves, neste ano não haverá a tradicional apresentação da Esquadrilha da Fumaça. Vinte entidades, entre civis e militares, vão se apresentar durante a cerimônia.

Baixa umidade do ar diminui tempo de desfile

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Militares do Exército, da Marinha e Aeronáutica farão treinamento na manhã do próximo sábado, na Esplanada dos Ministérios, para acertar detalhes e definir a programação para o desfile comemorativo. A informação foi divulgada hoje pelo Ministério da Defesa, que antecipou que o desfile deste ano terá o tempo diminuído em torno de 15 minutos, por causa da baixa umidade do ar.

A ideia é iniciar a apresentação dos 1.850 militares das Forças Armadas, carros de combate, blindados e aviões tão logo a presidenta Dilma Rousseff chegue ao palanque, o que está previsto para as 9h05. Depois dos cumprimentos de praxe e da execução do Hino Nacional, o desfile deve começará às 9h10, com tempo de duração estimado em uma hora e dez minutos, terminando antes das 10h30, quando a umidade do ar costuma ficar mais crítica nesta época do ano, de modo a não expor autoridades e público ao clima seco.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

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A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Com informações da Agência Brasil

Fonte: Terra
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