Um morador do Complexo do Alemão (RJ), que registrou 18 mortos em operação policial na semana passada, recorreu a uma vaquinha online para conseguir consertar o carro que ficou cravejado com mais de 100 tiros no dia da ação.
Imagens do veículo mostram marcas de bala na lataria do carro bem como no vidro para-brisa, tornando impossível conduzi-lo.
O carro é do autônomo Luiz Antônio de Souza Fernandes, 51 anos, que junto com sua esposa, Katia Cristina da Silva Fernandes, de 40 anos, lutam para trazer o sustento para os três filhos do casal.
O veículo era utilizado para compor a renda da família através de entregas e transporte escolar. Após encontrar o carro naquele estado, Luis não viu alternativa a não ser pedir ajuda.
"Ao chegar ao local, nos deparamos com nosso carro totalmente perfurado, foi um sentimento de total impotência, sem acreditar no que estava acontecendo. Somos uma família de cinco pessoas e sem condições nenhuma no momento para fazer o reparo. Abrimos essa ‘vakinha’ para tentar arrecadar o que der para nos ajudar a fazer esse reparo e ter de volta nosso meio de trabalho", escreveu na página da vaquinha.
Em entrevista para o jornal O Globo, o autônomo lembra ainda das dificuldades que enfrentou para conseguir quitar as dívidas do veículo.
Ela lembra que o casal enfrentou dificuldades para quitar as prestações do veículo:
"Temos o carro há quatro anos, e só há cinco meses acabamos de pagar. Teve a pandemia, renegociamos as dívidas, paguei tudo direitinho. A gente trabalhava com ele e agora o carro ficou destruído. Foram mais de 100 tiros. O reboque levou para o mecânico, e a gente não sabe se vai funcionar. Estão destruídos fiação, bateria, módulo, o reservatório de óleo. O mecânico disse que vai avaliar se pegou no motor. Mas ele já adiantou que vai sair muito caro o reparo. Não temos dinheiro para isso. Furaram todos os bancos, painel. Por isso, resolvemos fazer uma vaquinha para tentar fazer um reparo."
