Três pessoas ficaram feridas em confronto com a Polícia Militar e a Guarda Civil Metropolitana (GCM), durante reintegração de posse de um terreno no Jardim Bonança, em Osasco, na Grande São Paulo, de acordo com informação da prefeitura da cidade.
Segundo a prefeitura, os feridos foram atendidos pelo Samu, sendo que dois deles foram encaminhados ao Pronto- Socorro Dr. Osmar Mesquita e já receberam alta.
O porta-voz dos moradores da ocupação, que se identificou como Antônio Manoel da Silva, 62 anos, disse que pelo menos 11 pessoas ficaram feridas, mas a prefeitura não confirmou essa informação. Uma das vítimas, que não quis se identificar, estava com ferimento no rosto e disse que foi atingida por bala de borracha. Ela se queixou da truculência da GCM.
A situação no local foi tensa durante toda manhã e aconteceram confrontos entre os agentes e os moradores. Até às 18h, segundo a prefeitura, a reintegração ainda estava em andamento, de forma pacífica, e os moradores retiravam seus pertences, enquanto a PM desmontava os barracos.
No período da manhã, quando parecia que a retirada das famílias estava controlada, começou nova correria e alguns moradores passaram a atirar pedras contra os policiais que revidam com bombas de efeito moral. Pelo menos 12 carros da Polícia Militar dão apoio à ação comandada pela GCM de Osasco.
No início da manhã, foram registrados três focos de incêndio nas entradas da ocupação, feitos com barricadas e um carro. O Corpo de Bombeiros foi acionado e conseguiu apagar as chamas.
Segundo o capitão da Polícia Militar Márcio Agamenon, a GCM de Osasco é responsável pela ação de remoção das famílias, já que o terreno é de propriedade da prefeitura. "É uma operação de retirada de pessoas de área de risco. Foi feito um levantamento e esse local pode ter risco para as pessoas, ainda mais porque é um período de muita chuva. A prefeitura resolveu retirá-las para resguardá-las", disse.
A Prefeitura de Osasco informou, por meio de nota, que a área invadida pertence ao Parque Ecológico do Jardim Bonança, na Avenida Juscelino Kubitschek de Oliveira. Segundo a prefeitura, o local é uma Área de Preservação Permanente (APP) e a ocupação provocou uma série de crimes ambientais, como o corte de vegetação. Além disso, o local é considerado área de risco, com perigo de deslizamento do solo, devido à inclinação do terreno.
A Secretaria de Comunicação da prefeitura disse, ainda, que a desocupação determinada pela administração municipal "tem o dever de zelar pelo patrimônio público e a segurança dos ocupantes devido à instabilidade do local". De acordo com a secretaria, a prefeitura tenta resolver a situação de forma pacífica. "Para tanto, vem mantendo o diálogo e notificou com antecedência os ocupantes para deixarem a área há menos de três meses".
Moravam no terreno, segundo o porta-voz dos moradores, 2,4 mil pessoas. Todos foram para o local para fugir do aluguel.