Morte de empresário delator do PCC: Aeroporto de Guarulhos recebe 120 mil passageiros por dia

Antonio Vinicius Lopes Gritzbach desembarcou no Terminal 2 e foi baleado em várias partes do corpo, como cabeça, tórax e braços

9 nov 2024 - 03h14
(atualizado às 07h32)
Vídeo mostra momento em que empresário delator do PCC é executado no Aeroporto de Guarulhos
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O empresário Antonio Vinicius Lopes Gritzbach foi morto na sexta-feira, 8, no Terminal 2 do Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo. Ele era delator de uma investigação sobre lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC).

Crime ocorreu no Terminal 2; local tem 45 portões de embarque e quatro áreas de check-in.
Crime ocorreu no Terminal 2; local tem 45 portões de embarque e quatro áreas de check-in.
Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO / Estadão

O delator voltava de viagem com a namorada quando foi atacado a tiros. Entre os bandidos, dizia-se que havia um prêmio de R$ 3 milhões pela cabeça do empresário. Uma dupla, com dois fuzis, realizou pelo menos 27 disparos, conforme a perícia. Gritzbach foi atingido em várias partes do corpo, como cabeça, tórax e braços. O crime ocorreu por volta das 16h, um dos horários de maior movimento do Terminal 2.

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O Aeroporto de Guarulhos é o maior do Brasil e figura entre os 30 mais movimentados do mundo. Foi inaugurado em 1985.

Segundo dados da concessionária GRU Airport, só no mês de setembro quase 24 mil aeronaves passaram pelo local, transportando mais de 3,6 milhões de passageiros - uma média de aproximadamente 800 aeronaves e 120,6 mil passageiros por dia. No acumulado de 2024, foram 28,6 milhões de viajantes.

Na última terça-feira, 5, o local bateu recorde de decolagens por hora: 38. Um novo procedimento de operações que está em prática desde a última segunda-feira, 4, permite que as duas pistas do aeroporto sejam usadas paralelamente para decolagens, fazendo que aconteça uma a cada 1 minuto e meio.

O crime ocorreu no Terminal 2. O local tem 45 portões de embarque e quatro áreas de check-in. Vídeos de câmeras de segurança do Aeroporto Internacional de Guarulhos registraram o momento em que atiradores executam Antonio Vinicius Lopes Gritzbach.

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As imagens mostram Gritzbach levando uma mala de rodinhas quando é surpreendido pelos atiradores. Ele tenta fugir, é atingido pelos disparos e cai perto da faixa de pedestres. É possível ver outras pessoas correndo por causa do tiroteio.

Entenda o caso

Gritzbach estava no centro de uma das maiores investigações feitas até hoje sobre a lavagem de dinheiro do PCC em São Paulo, envolvendo os negócios da facção paulista na região do Tatuapé, na zona leste da capital. Sua trajetória está associada à chegada do dinheiro do tráfico internacional de drogas à facção.

Gritzbach era um jovem corretor de imóveis quando conheceu o grupo de traficantes de drogas de Anselmo Bechelli Santa Fausta, o Cara Preta. Foi a acusação de ter mandado matar Cara Preta, em 2021, que motivou a primeira sentença de morte contra ele, decretada pela facção. Para a polícia, Gritzbach havia sido responsável por um desfalque em Cara Preta de R$ 100 milhões em criptomoedas e, quando se viu cobrado pelo traficante, decidira matá-lo.

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Após a morte de Cara Preta, Gritzbach chegou a ser sequestrado e levado para um tribunal da facção. Os bandidos, no entanto, decidiram soltá-lo. Para a polícia, o motivo era o fato de que só Gritzbach sabia as chaves para o resgate das criptomoedas - matá-lo, seria perder o dinheiro para sempre.

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Gritzbach fechou acordo de delação premiada, homologado pela Justiça em abril. As negociações com o Ministério Público Estadual duravam dois anos e ele já havia prestado seis depoimentos. Na delação, falou sobre envolvimento do PCC, a maior organização criminosa do País, com o futebol e o mercado imobiliário.

Investigações apontam que, na véspera do Natal de 2023, quando o empresário ainda estava em prisão domiciliar, um tiro de fuzil foi disparado em direção a Gritzbach, que estava na janela de seu apartamento no Tatuapé. A bala atingiu sua janela, mas errou o alvo. Naquela época, ele já negociava o acordo de delação com os promotores do Grupo de Atuação Especial e Combate (Gaeco).

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