Motorista sacrificou a vida por passageiros, diz testemunha

4 jul 2014 - 20h03
(atualizado às 20h17)
Arlison Roger, ajudante de motorista e autor do vídeo, Flavio Proti, motorista que vinha atrás do micro-ônibus
Arlison Roger, ajudante de motorista e autor do vídeo, Flavio Proti, motorista que vinha atrás do micro-ônibus
Foto: Ney Rubens / Especial para Terra

A motorista do micro-ônibus esmagado no desabamento do viaduto da avenida D. Pedro I, nesta quinta-feira, em Belo Horizonte, evitou que a tragédia fosse maior ao frear o veículo quando a estrutura começou a cair. Segundo o motorista Flávio Proti, que seguia atrás do coletivo, se Hanna Cristina dos Santos, 25 anos, não tivesse freado, o viaduto iria pegar no meio do ônibus.

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"Ia ter mais vítimas, porque tinha passageiro na parte de trás", afirmou. "Ela sacrificou a própria vida pelos passageiros. A filha dela, foi Deus (que salvou), porque ela ia do lado da motorista", avaliou o motorista, referindo-se à menina de 5 anos, que acompanhava à mãe em um dia de trabalho.

Proti também considera que deve a própria vida a um ato de paciência no trânsito. Ele conta que estava indo do bairro Lagoa Santa, em Vespasiano, e, pouco antes do local da tragédia, deu preferência para um motorista passar em sua frente, livrando-se, assim, de estar sob a estrutura no momento do desabamento.

"Quando vi o viaduto caindo em cima do amarelinho (micro-ônibus), freei a tempo. A gente desceu e foi ver se podia ajudar as vítimas", disse.

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Proti estava na companhia do ajudante de motorista Arlison Roger, autor do vídeo que mostra sobreviventes saindo do veículo e a motorista atingida, criticado por filmar ao invés de ajudar. Proti defende o colega: "Ele só começou a filmar quando vimos que não tinha como ajudar as vítimas (mortas)."

Além de Hanna, os dois viram um carro esmagado pelos escombros e sem possibilidades de ajudar a retirar o motorista, contou. No veículo estava a outra vítima fatal, Charles Frederico Moreira do Nascimento, 25 anos.

Na manhã desta sexta-feira, dois funcionários da empresa estiveram no local do desastre, mas não quiseram falar com a imprensa
Foto: Ney Rubens / Especial para Terra

O viaduto integrava o conjunto de obras para a Copa do Mundo, apesar de não ter ficado pronto antes do início do mundial. O empreendimento total incluía ainda a instalação de um sistema expresso de ônibus (BRT), instalação de passarelas e alargamento de rodovia.

A construtora Cowan S.A., responsável pela obra, lamentou, em nota, o acidente. "Neste momento, a prioridade é o apoio às vitimas e aos familiares.  A empresa informa que já enviou ao local a equipe técnica para iniciar as investigações", informou a Cowan. Na manhã desta sexta-feira, dois funcionários da empresa estiveram no local do desastre, mas não quiseram falar com a imprensa.

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Testemunha diz que jovem morta evitou tragédia ao frear
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Foto: Arte / Terra

Fonte: Especial para Terra
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