Uma ex-funcionária da rede nacional de supermercados Extra processou a empresa por danos morais. Acima do peso, ela foi chamada de “hipopótamo” por um chefe, em ambiente de trabalho.
O chefe colou o nome dela em um bicho de brinquedo e o colocou na recepção, por onde passavam todos os colegas da vítima.
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A empresa foi condenada pela Justiça do Trabalho (TRT), em Mato Grosso, a pagar R$ 10 mil à vítima, conforme a juíza, por não ter coibido a prática imediatamente. A decisão trata sobre preconceitos, no caso contra pessoas gordas.
À juíza Carolina Guerreiro, em atuação na 3ª Vara do Trabalho de Cuiabá, o supermercado pecou por não adotar uma conduta firme no sentido de inibir essas práticas de mal gosto pelos seus empregados no meio ambiente de trabalho.
A moça trabalhou como fiscal de prevenção e perdas por pouco mais de dois anos no supermercado Extra.
Testemunhas contaram à juíza que, durante todo esse tempo, brincadeiras relacionadas ao peso da ex-funcionária eram constantes.
Uma representante da empresa, conforme destacou a magistrada, não segurou o riso durante audiência, ao confirmar que ouviu falar que a trabalhadora teve o nome escrito em um boneco, não se recordando se era um hipopótamo ou elefante.
Na decisão a juíza condenou o uso de "termos pejorativos em relação aos trabalhadores". Por causa disso, argumentou que se faz necessária "a adoção de medidas para inibir a prática”, destacou a magistrada em sua decisão.
“Não se quer, com isso, reduzir a possibilidade de existência de brincadeiras em um ambiente coletivo; contudo, estas devem estar pautadas no mínimo de respeito ético que a sociedade espera do outro, o que não visualizo em um gracejo envolvendo a exposição de um hipopótamo de brinquedo com o nome da autora, em ambiente público aos demais trabalhadores do local”, salientou.
Agravado o estado de baixa estima da vítima diante do ambiente jocoso de trabalho, ela fez cirurgia bariátrica para perder de peso. No processo ela conta que, depois da intervenção bariátrica, tinha que se alimentar a cada três horas, mas a empresa não dava esse tempo a ela, que acabou desenvolvendo um quadro de anemia profunda.
O supermercado Extra pode recorrer da decisão, se quiser, porque cabe recurso em instâncias superiores. No entanto, a empresa informou, por meio da assessoria de imprensa, que não vai se pronunciar sobre este caso.