Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) ocuparam, por volta das 13h desta terça-feira, a sede da Viver Incorporadora, no bairro Vila Olímpia, na zona sul de São Paulo. A empresa é proprietária do terreno que foi ocupado por cerca de 2,5 mil famílias no início deste mês. Por volta das 14h, seis coordenadores do MTST subiram até o escritório da Viver, no edifício Continental Square, para uma reunião com representantes da empresa.
"Tivemos a reunião com o diretor comercial da empresa. O presidente, que é quem tem condições de tomar uma decisão sobre aquele terreno, está fora de São Paulo. Agendamos uma reunião com o presidente para negociar um prazo para negociação. Sentimos que há disposição da empresa para fazer essa negociação, mas só vamos saber disso amanhã", afirmou um dos líderes do MTST Guilherme Boulos. "Amanhã, se disserem que não tem jeito, que não tem negociação, vamos vir aqui."
"Em relação à desapropriação, não achamos que seja só uma responsabilidade da prefeitura. O governo do Estado e o governo federal têm que entrar na jogada", disse. Ele afirma que haverá uma reunião às 16h30 na Assembleia Legislativa de São Paulo com a Secretaria da Previdência e secretarios de governo para negociar. Os manifestantes voltarão para os ocupações pelo mesmo caminho, o que deve complicar o trânsito na região. "Não tem como não bloquear. Não tem como ir só pela calçada", afirmou Boulo.
De acordo com o movimento, 2 mil pessoas participam do protesto. Uma parte delas, cerca de 500, estão no hall de entrada da empresa. O MTST informou, em nota, que o objetivo é "pressionar a empresa para que retire o processo de reintegração de posse do terreno da ocupação Copa do Povo". A área onde estão os sem-teto fica a aproximadamente quatro quilômetros do estádio do Corinthians, em Itaquera, onde ocorre o jogo de abertura do campeonato mundial de futebol.
No dia 7, o juiz Celso Maziteli Neto, da 3ª Vara Cível de Itaquera, concedeu liminar determinando o fim da ocupação Copa do Povo. A decisão atendeu à ação de reintegração de posse movida pela Viver. O terreno tem cerca de 150 mil metros quadrados. A medida, no entanto, ainda não foi cumprida, pois o juiz propôs uma audiência de mediação para o próximo dia 23.
O grupo saiu em caminhada da estação de trem Vila Olímpia, interditando a avenida das Nações Unidas, que margeia a Marginal Pinheiros, no sentido da rodovia Presidente Castelo Branco. Segundo o movimento, durante a ocupação do prédio não houve resistência dos seguranças e a ação foi pacífica. A Polícia Militar não informou quantas pessoas participam da manifestação.
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Há duas semanas, o MTST, junto com outros movimento sociais que formam o coletivo Resistência Urbana, iniciaram uma série de manifestações que devem ocorrer até a Copa do Mundo. O primeiro ato ocorreu no dia 8 com a ocupação de três construtoras que receberam recursos para a construção dos estádios da Copa. Na semana passada, seis avenidas de São Paulo foram interditadas para cobrar moradia e outros direitos sociais. Os grupos prometem pelo menos um protesto por semana.
A Viver Incorporadora foi procurada, mas não foi possível contato por meio do telefone disponível no site da empresa.
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Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) ocuparam, por volta das 13h desta terça-feira, a sede da Viver Incorporadora, no bairro Vila Olímpia
Foto: Marcelo Pereira
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A empresa é proprietária do terreno que foi ocupado por cerca de 2,5 mil famílias no início deste mês
Foto: Marcelo Pereira
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Por volta das 14h, seis coordenadores do MTST subiram até o escritório da Viver, no edifício Continental Square, para uma reunião com representantes da empresa
Foto: Marcelo Pereira
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De acordo com o movimento, 2 mil pessoas participam do protesto
Foto: Marcelo Pereira
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O MTST informou, em nota, que o objetivo é "pressionar a empresa para que retire o processo de reintegração de posse do terreno da ocupação Copa do Povo"
Foto: Marcelo Pereira
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A área onde estão os sem-teto fica a aproximadamente quatro quilômetros do estádio do Corinthians, em Itaquera, onde ocorre o jogo de abertura do campeonato mundial de futebol
Foto: Marcelo Pereira
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Cerca de 2 mil moradores da Ocupação Copa do Povo, em Itaquera, ocuparam a sede da construtora Impar (Viver Empreendimentos), proprietária do terreno
Foto: Marcelo Pereira
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O protesto terminou por volta das 15h30, após uma comissão ter sido recebida pela diretoria da empresa
Foto: Marcelo Pereira
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De acordo com o MTST, eles acertaram uma reunião com a presidência da construtora para amanhã à tarde
Foto: Marcelo Pereira
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"Eles mostraram que estão dispostos a negociar", avaliou Josué Rocha, integrante do movimento
Foto: Marcelo Pereira
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A construtora não comentou a ocupação ocorrida hoje
Foto: Marcelo Pereira
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A proposta dos trabalhadores sem teto é que seja desenvolvida uma proposta de projeto habitacional para a área
Foto: Marcelo Pereira
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Há duas semanas, o MTST, junto com outros movimentos sociais que formam o coletivo Resistência Urbana, iniciaram uma série de manifestações que devem ocorrer até a Copa do Mundo
Foto: Marcelo Pereira
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Os grupos prometem pelo menos um protesto por semana
Foto: Marcelo Pereira
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A expectativa do MTST é reunir entre seis e oito mil trabalhadores sem-teto de várias ocupações da capital durante o protesto
Foto: Allan Morici
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No entanto, os próprios integrantes organizaram a entrada nos trens, que partiu rumo à praça da República
Foto: Allan Morici
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Ainda no local, um grupo ameaçou pular as catracas e invadir o metrô
Foto: Allan Morici
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Os líderes do movimento esperavam cerca de 1,5 mil pessoas na concentração em Itaquera
Foto: Allan Morici
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A ideia do MTST é pressionar pela votação de uma emenda para transformar em habitacional o terreno ocupado no Parque do Carmo, chamado de Copa do Povo
Foto: Allan Morici
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Centenas de integrantes do movimento se reuniram próximo às catracas da Estação Corinthians Itaquera do metrô para seguir até a praça da República, onde se juntariam à marcha que vai até a Câmara Municipal
Foto: Allan Morici
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MTST faz um novo protesto na tarde desta quarta-feira