Mulher é morta pelo ex-marido na frente dos filhos

Vítima teria se jogado para proteger criança e foi atingida no peito; feminicídio aconteceu no Capão Redondo - homem foi preso

10 set 2019 - 08h43
(atualizado às 09h11)

Uma mulher de 30 anos foi assassinada a tiros pelo ex-marido na frente dos dois filhos dela, no Capão Redondo, zona sul de São Paulo, na madrugada desta terça-feira, 10. O suspeito foi preso.

Segundo informações preliminares da Polícia Militar, o homem efetuou disparos contra a vítima após uma discussão. Ele não aceitava o fim do relacionamento. O ex-marido teria ameaçado a ex-companheira e apontado a arma contra uma das crianças. Ela, então, jogou-se para proteger o filho e foi atingida no peito.

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O crime aconteceu na Rua Andrea Sansovino por volta de 1h30.

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) do Estado de São Paulo informou, em nota, que uma equipe da PM foi acionada para atender a ocorrência e, no local, encontrou a vítima atingida por disparos de arma de fogo.

A mulher foi socorrida e levada ao pronto-socorro do Hospital Municipal do M'Boi Mirim, também na zona sul, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.

"Os militares identificaram o autor e o modelo do veículo utilizado por ele. Após intensificar o patrulhamento, o criminoso foi encontrado e preso", disse a SSP.

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A ocorrência estava sendo registrada na manhã desta terça no 47º Distrito Policial (Capão Redondo) como feminicídio, isto é, assassinato de mulher por violência doméstica ou discriminação de gênero.

Feminicídio aconteceu na Rua Sansovino, na região do Capão Redondo, zona sul de São Paulo
Feminicídio aconteceu na Rua Sansovino, na região do Capão Redondo, zona sul de São Paulo
Foto: Google Street View / Reprodução

Aumento dos casos de feminicídio em São Paulo

Dados do governo de São Paulo apontam que foram registrados 54 casos de feminicídio entre janeiro e abril deste ano. O índice representa um aumento de 54,2% em relação ao mesmo período de 2018, quando houve 35 notificações do crime no Estado.

Em resposta, a gestão João Doria (PSDB) iniciou uma campanha publicitária para tentar frear as mortes, mas afirmou que só deve voltar a expandir as Delegacias de Defesa da Mulher (DDMs) que funcionam 24 horas a partir de 2020, por falta de delegadas mulheres.

Em uma peça, com 30 segundos de duração, aparecem três casos reais de violência: uma vítima que teve a mão cortada pelo marido; outra mulher que teve o rosto desfigurado; e finaliza com uma mulher que foi espancada e teve a casa incendiada pelo ex. "Feminicídio: repudie, denuncie", diz a peça.

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