A mulher suspeita de ter cortado o rosto de uma jovem dentro de um ônibus de viagem, em Conde, na Bahia, foi presa em São Paulo, na tarde do último domingo, 12. O caso ocorreu em novembro do ano passado, quando a estudante de enfermagem Stefani Firmo, de 23 anos, dormia no trajeto e foi atacada. Ela precisou de 18 pontos no rosto.
A prisão ocorreu por volta das 12h, na Rua Comendador Nestor Pereira, no Canindé, zona norte da capital paulista. Equipes da Guarda Civil Metropolitana foram informados que uma procurada pela polícia estaria hospedada no local, e seguiram para o endereço da denúncia.
Ao encontrá-la, os guardas deram cumprimento ao mandado de prisão, e conduziram a suspeita para o 8º Distrito Policial (Brás). Nas redes sociais, Stefani afirmou que recebeu a informação de que a mulher estava em São Paulo, e que precisou de seguidores da cidade para fazer a denúncia, podendo facilitar o trabalho da polícia.
"Estou extremamente feliz. [...] Eu não estou processando muito bem as coisas, mas venho aqui agradecer. Ela vai ter o direito de se defender, e enfim, as próximas etapas eu venho contar para vocês", afirma. Ela também agradeceu a ajuda e às denúncias feitas, e também à sua advogada.
Ela permanece à disposição da Justiça, e deve ser transferida para a Bahia nos próximos dias. O Terra não conseguiu localizar a defesa da mulher.
Relembre o crime
Stafeni seguia em ônibus interestadual de Recife (PE) até Salvador (BA) no dia 29 de novembro. Por volta das 5h, acordou com uma dor muito forte no rosto, e quando passou a mão, viu que estava sangrando. A jovem chamou uma amiga que viajava com ela, que ajudou nos primeiros socorros, e alertou os demais passageiros.
Após o ataque, o caso foi registrado na Delegacia de Conde. Imagens de câmeras de segurança do ônibus mostram o momento em que uma passageira levanta do assento e se aproxima da vítima. Em seguida, a vítima --que estava dormindo durante o ataque-- se levanta e grita por socorro. Na ocasião, uma faca chegou a ser apreendida com uma passageira, que foi liberada.
As imagens foram entregues pela empresa de ônibus à Polícia Civil e foram analisadas, o que possibilitou a identificação.
"Agressão gratuita"
Stefani afirmou que a violência contra ela foi gratuita: "Não houve nenhuma discussão ou algo relacionado. Pelo contrário, sequer falei com qualquer outra pessoa, que não a minha amiga, durante toda a viagem."
"Não sei se a intenção da pessoa era me cortar gravemente ou me matar, mas o fato é que já não podemos nem mesmo viajar em segurança. Não estamos seguros em local nenhum", completou a jovem. "Provavelmente ficarei com uma lembrança eterna no rosto, que me fará relembrar esse terrível momento inúmeras vezes. Só espero que as autoridades finalizem as investigações e que a empresa de ônibus colabore."
