Vídeo mostra clima de tensão e caos em protesto no centro do Rio
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Quando cheguei à Candelária para registrar o inicio da concentração para o grande manifesto programado por toda a noite de segunda-feira, 18 de junho, constatei que os próprios manifestantes já tinham tido a ideia que eu até então achava brilhante para a cobertura: colocar uma câmera, dessas da moda, na cabeça, com o devido acessório de fixação, para o protesto que o Rio de Janeiro jamais iria esquecer.
Quando abordava alguns dos simpatizantes da causa, que teve o aumento das tarifas de ônibus pelo Brasil como estopim dos manifestos, a maioria dizia que queria fazer o próprio registro dos fatos. Uma delas, a estudante Júlia Jacobina, me disse que "suas imagens eram para fugir do que relatam as grandes corporações, como Rede Globo e Folha de S. Paulo". Aliás, repórteres da emissora trabalharam no protesto à paisana, gravando a passagem sem a canopla da Globo.
O fato é que, ao colocar minha própria câmera na cabeça, trago, então, o relato exclusivo do Terra da manifestação no Rio de Janeiro, no dia em que 100 mil pessoas saíram pelas ruas do centro da cidade. O dia histórico em termos de aliança entre a sociedade, "do não tenho partido", como os manifestantes tanto gritavam, vestidos de branco, foi o que trouxe danos ainda imensuráveis causados por uma minoria.
Foi a noite também que a Polícia Militar (cerca de 70 homens) foi encurralada na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Mais representativo impossível, enquanto o silêncio do governador Sérgio Cabral (PMDB), com agenda cancelada para esta terça-feira, permanece. Ele já avisou que, por enquanto, não dará declarações, após ser o principal alvo da fúria, ao lado do prefeito Eduardo Paes (PMDB), que apurou ser legítimo o ato de protestar, mas criticou os que usam da violência.
As imagens estão acima, em cortes secos, para que cada um reflita sobre a violência desta causa, e sobre a necessidade real de atuação de um grupo minoritário que acredita que sem violência e terror não existe a possibilidade de atingir o poder público. O dia foi histórico justamente pelo fato de promover profunda reflexão em todos os segmentos da sociedade. Para o bem, e para o mal.
Levei máscara, óculos de natação, descolei vinagre facilmente, mas esqueci que, muito além de desviar de balas de borracha e gás de pimenta e lacrimogêneo, é extremamente recomendável você andar em grupos. Após flagrar uma verdadeira demolição de uma agência bancária do banco Itaú, na ânsia de mandar uma foto do local, devastado, fiquei um pouco para trás de um grupo de fotógrafos que eu acompanhava na rua da Assembleia, perpendicular ao caos instalado na Assembleia Legislativa do Rio, a Alerj.
Um grupo de quatro jovens na faixa dos 20 anos me abordou sobre o fato de eu estar registrando as imagens deles promovendo o quebra-quebra. Quando tentei argumentar, um deles me atingiu na boca do estômago, o celular, que estava quase enviando a foto caiu e eles correram. Perda material que nem se compara com os feridos, por estilhaços, por munição real, ou por uma pedrada, como o policial do registro em imagem, e o colega e fotógrafo Ernesto Carriço, do diário O Dia, com um corte na cabeça que fez o sangue escorrer.
O Ernesto foi companheiro de curso do Exército, justamente para situações como essa de guerra campal. Só que ao invés dos morros, a guerrilha foi estritamente urbana. E por mais que os conselhos até viessem à tona de como se proteger num conflito, você não deixa nem um momento de ter bem claro na mente que está exposto. A imprensa está exposta. Todos estão. Está sendo tudo na base do "cada um pague o seu preço".
Depois que até os bombeiros ficaram no fogo cruzado entre manifestantes e Tropa de Choque, certamente se detecta que o Estado não está sabendo como conduzir sua política de segurança pública num momento tão vital para o seu povo.
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Manifestantes protestaram em frente à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) na noite de segunda-feira
Foto: Mauro Pimentel
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No final do protesto, manifestantes entraram em confronto com a Polícia Militar em frente a Alerj na noite de segunda-feira no Rio de Janeiro
Foto: Mauro Pimentel
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Manifestantes tentaram invadir o prédio da Alerj durante protesto
Foto: Mauro Pimentel
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Em um dos momentos, policiais recuaram durante protesto com manifestantes
Foto: Mauro Pimentel
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Polícia tenta proteger o prédio da Alerj na noite de segunda-feira
Foto: Mauro Pimentel
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Policiais ficam acuados por manifestantes durante o conflito
Foto: Mauro Pimentel
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Policiais usam escudos para se proteger durante confronto
Foto: Mauro Pimentel
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Grades foram quebradas e polícia usou bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta para deter manifestantes
Foto: Mauro Pimentel
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Manifestantes jogam pedras contra polícia nas escadarias da Alerj
Foto: Mauro Pimentel
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Grupo colocou fogo em cartazes e bandeiras no final do protesto
Foto: Mauro Pimentel
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Clima ficou tenso depois da tentativa de invasão à Alerj
Foto: Mauro Pimentel
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Carro foi incendiado durante o protesto no Rio de Janeiro
Foto: Mauro Pimentel
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Veículo foi virado e ficou com as rodas para cima nas proximidades da Alerj
Foto: Mauro Pimentel
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Confronto deixou manifestantes e policiais feridos na noite de segunda-feira
Foto: Mauro Pimentel
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Manifestantes tomam a escadaria da Alerj durante a noite de segunda-feira
Foto: Mauro Pimentel
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Grades no entorno foram destruídas durante o confronto
Foto: Mauro Pimentel
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Pequeno grupo de manifestantes que entrou em confronto colocou fogo nas escadarias da entrada da Alerj
Foto: Mauro Pimentel
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Muitos dos manifestantes que praticaram vandalismo encobriram os rostos
Foto: Mauro Pimentel
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Vários locais no entorno da Alerj foram atingidos por fogo e pedras
Foto: Mauro Pimentel
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Bombeiros sentem o efeito do gás lacrimogêneo lançado pela Tropa de Choque
Foto: Mauro Pimentel
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Os bombeiros chegaram à Alerj antes da Tropa de Choque, e ficaram encurralados
Foto: Mauro Pimentel
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Bombeiro fica com os olhos vermelhos devido ao gás
Foto: Mauro Pimentel
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Jovens danificam carro que depois foi incendiado
Foto: Mauro Pimentel
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A Tropa de Choque avança contra o grupo de manifestantes
Foto: Mauro Pimentel
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Lojas e estabelecimentos são destruídos
Foto: Mauro Pimentel
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O grupo violento de manifestantes deixou um rastro de destruição no Rio
Foto: Mauro Pimentel
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Agência bancária é depredada pelo grupo
Foto: Mauro Pimentel
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Carro é danificado e pichado
Foto: Mauro Pimentel
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Cobertura de telefone público é arrancada e vista em meio a uma rua
Foto: Mauro Pimentel
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Estudantes de medicina socorrem manifestante que foi baleado
Foto: Mauro Pimentel
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Grupo põe fogo em lixo em frente à Alerj
Foto: Mauro Pimentel
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Homens abrem uma janela da Alerj e tentam invadir o prédio
Foto: Mauro Pimentel
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Jovens jogam pedras contra policiais
Foto: Mauro Pimentel
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PMs da Tropa de Choque acompanham a movimentação do grupo de manifestantes no Rio
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Manifestantes carregam uma lixeira que foi arrancada
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Grupo é surpreendido por tiros da polícia
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Jovens botam fogo em lixeira no Rio
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Grupo joga papéis em chamas para dentro da Alerj
Foto: Mauro Pimentel
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Carro é destruído por incêndio provocado por um grupo de manifestantes
Foto: Mauro Pimentel
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Jovens tapam o rosto para tentar amenizar os efeitos do gás lacrimogêneo
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Homens botam fogo em veículo no Rio de Janeiro
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Bombeiro apaga foco de incêncio provocado por manifestantes
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PMs passam por carro queimado e destruído no Rio de Janeiro
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Policial detém manifestante durante os conflitos no Rio
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Manifestante é preso pela PM no Rio de Janeiro
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Sob ordens, jovem ajoelha diante de policiais
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Manifestante fica com o rosto coberto de sangue após ser ferido durante o protesto
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Jovem aponta para a própria cabeça ferida e sangrando depois do confronto com PMs
Foto: Mauro Pimentel
Fonte: Terra