OAB: polícia do Rio 'prendeu aleatoriamente' os manifestantes

Os detidos começaram a ser soltos sob pagamento de fianças, que vão de R$ 700 a R$ 3 mil

18 jun 2013 - 10h54
(atualizado às 11h07)
<p>Noite de protesto que reuniu 100 mil pessoas no Rio de Janeiro terminou em confronto de algumas dezenas de pessoas com policiais militares</p>
Noite de protesto que reuniu 100 mil pessoas no Rio de Janeiro terminou em confronto de algumas dezenas de pessoas com policiais militares
Foto: Mauro Pimentel / Terra

Os primeiros detidos após o confronto da última segunda-feira na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) começam a ser soltos na manhã de hoje sob o pagamento de fianças, que vão de R$ 700 a R$ 3 mil. De acordo com advogados da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Rio, Rodrigo Mondego e André Barros, oito pessoas foram acusadas de formação de quadrilha, duas de receptação e mais três de furto qualificado. Os detidos afirmam que não se conhecem, e a entidade criticou a atuação policial. Três permaneciam detidos na manhã de hoje.

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"É a quadrilha mais heterogênea que eu já vi. Tem um morador de rua, uma dona de casa, um aposentado esquizofrênico e militantes de partidos rivais. Um cadeirante chegou a ser detido, mas foi solto ontem", afirmou Ricardo Montego. "A polícia prendeu aleatoriamente", criticou André Barros. "Na verdade, a gente também não tem certeza da participação de todos nos atos violentos de ontem à noite. Como eu não estava lá, não posso afirmar", argumentou o delegado Alcides Alves Pereira.

O primeiro a ser libertado foi o estudante de Geografia da Uerj, Pedro Assis Rodrigues, de 18 anos, após pagar fiança de R$ 1 mil. "Eu estava indo para casa, e os policiais do choque vieram, me agrediram e quebraram meu celular. Estávamos em uma cela desumana, com oito pessoas", disse Pedro.

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As pessoas liberadas reclamam que as prisões foram realizadas de forma aleatória. Matheus Costa, 21 anos, contou que estava caminhando com a passeata ao lado do pai quando foi agarrado pela mochila por um policial. Ele é filho do fundador da ONG Rio de Paz, que luta contra a violência no Rio de Janeiro. “Ele não deu nenhum motivo para me levar. Simplesmente disse que eu estava preso”, afirmou o estudante. 

A dona de casa Carmen Astrid, 41 anos, afirma que tinha saído da acupuntura na Rua Araújo de Porto Alegre e foi à Alerj, onde foi detida pelos policiais. "O policial me jogou em um ônibus e foi jogando um monte de gente que eu não conhecia", disse ela. O delegado Antônio Ferreira Bonfim Filho, da 5ª Delegacia de Polícia (Gomes Freire), afirmou que as informações de que a Polícia Civil dispõe é de que os detidos foram flagrados pelos policiais militares cometendo atos de vandalismo.

"Pelo que consta, a formação de quadrilha é em razão de uma série de crimes praticados pelo grupo. Em um primeiro momento, eles vão responder por isso. Se lá na frente acontecer algo que desqualifique a acusação, é um outro momento", ressaltou. Na manhã de hoje, os advogados organizam uma "vaquinha" e pedem dinheiro a transeuntes para pagar a fiança do morador de rua, que foi fixada em R$ 3 mil, e depois baixada para R$ 700.

Com informações da Agência Brasil

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Fonte: Terra
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