Por conta do Dia Nacional de Paralização contra terceirização os moradores de Porto Alegre que dependem do transporte público tiveram uma manhã de sexta-feira difícil. Mesmo com a decisão judicial garantindo um número mínimo de ônibus nas ruas e trens em circulação, no começo do dia os serviços não funcionaram. Por volta das 8h30, os motoristas que trabalharam foram xingados e chamados de “pelegos” (que significa algo como favorável ao patrão) pelos grevistas.
As estações da Trensurb ficaram fechadas e devem seguir assim durante o dia. Em relação aos ônibus, poucos foram os veículos nas ruas. A grande concentração de manifestantes ocorreu em frente a garagem da empresa pública Carris. A tropa de choque da polícia foi acionada para garantir 50% da frota nas ruas em horário de pico, mas os veículos só começaram a sair as 8h30.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Rodoviários de Porto Alegre, Adair da Silva, a decisão judicial de liberar um número mínimo de ônibus não foi cumprida para garantir a segurança dos trabalhadores, mas ele não foi muito específico sobre quais eram estes temores.
“Esse movimento é um movimento nacional entre todas as centrais e para a segurança dos trabalhadores dos transportes e a Brigada (PM local) não poderia dar a segurança”, justificou Silva.
A polícia tentou adiantar a saída dos ônibus para as 7h, mas os veículos só deixaram as garagens uma hora e meia depois. Integrantes de outras entidades como o Bloco de Lutas se revoltaram com a saída dos veículos e tentaram impedir a passagem. No entanto, um cordão de isolamento da polícia possibilitou a circulação.
“Pelego”, “traidor” eram algumas das provocações dirigidas aos motoristas e cobradores que saiam nos ônibus. Os trabalhadores que furaram a greve alegavam que se tratava de um movimento ligado ao sindicato por isso preferiram não se envolver com medo de que pudessem ter o ponto cortado.
Por volta das 9h, manifestantes ligados a movimentos jovens que participavam da mobilização bateram boca com sindicalistas por discordarem da liberação dos ônibus das garagens.