Operação desarticula fraudes de CAC's que abasteciam o crime organizado com armas ilegais

Ação em 35 cidades do Sul do Brasil, incluindo Porto Alegre, apreende 64 armas, identifica ligações com facções e prende suspeito em flagrante

17 dez 2024 - 19h47

Na manhã desta terça-feira (17), o Grupo de Ações Especiais de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio Grande do Sul (GAECO/MPRS) deu início à "Operação Desarme" em conjunto com o Ministério Público Militar da União (MPM), Exército Brasileiro (EB) e com o apoio da Brigada Militar e da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe). A operação ocorreu em 34 cidades do Rio Grande do Sul e na cidade de Bombinhas, em Santa Catarina. O objetivo é desarticular fraudes na concessão e manutenção de registros de Colecionador, Atirador e Caçador (CAC), usados para aquisição irregular de armas e munições posteriormente repassadas a facções criminosas.

Foto: MPRS/Reprodução / Porto Alegre 24 horas

De acordo com as investigações, criminosos como traficantes, homicidas e estelionatários falsificavam informações de idoneidade para obter registros do Exército Brasileiro, garantindo a compra legal de armamentos usados em crimes diversos. Entre os casos revelados, destacam-se CACs já presos, com tornozeleiras eletrônicas e outros com extensa ficha criminal.

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Durante a operação foram apreendidas 64 armas, 1.125 munições, R$ 3,5 mil em dinheiro, um drone, 20 celulares e diversos documentos. Além das apreensões, a operação resultou na prisão em flagrante de uma pessoa, por porte ilegal de armas.

Foram cumpridos 82 mandados de busca e apreensão, incluindo operações em quatro presídios com apoio de cães farejadores. Durante a ação, o GAECO identificou nove CACs com ligações diretas a organizações criminosas e outros 32 investigados por fraudes e irregularidades, resultando na identificação de 141 armas irregulares.

O coordenador do GAECO, promotor André Dal Molin, enfatizou a importância do combate ao comércio ilegal de armas e destacou a parceria com o Ministério Público Militar para coibir os crimes correlacionados. João Afonso Beltrame, responsável pela investigação, complementou que a operação visa interromper o fornecimento de armamentos a facções, enfraquecendo seu poder bélico.

O material apreendido foi encaminhado para unidades do Exército, onde ficará armazenado sob supervisão do Serviço de Fiscalização de Produtos Controlados (SFPC). Segundo o coronel Nei Altieri, os certificados de registro de CACs envolvidos em irregularidades serão cancelados.

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As 35 cidades onde ocorreram cumprimentos de mandados judiciais de prisão e busca e apreensão são: Porto Alegre, Santa Maria, Júlio de Castilhos, Jaguari, Canguçu, Pinheiro Machado, Rosário do Sul, Três de Maio, Santa Rosa, Santo Antônio das Missões, Não-Me-Toque, Giruá, São Luiz Gonzaga, Sananduva, Passo Fundo, Bento Gonçalves, Antônio Prado, Caxias do Sul, Vacaria, Gravataí, Canoas, Viamão, Cachoeira do Sul, Osório, Xangri-lá, Arroio do Sal, Capão da Canoa, Sapiranga, Charqueadas, Igrejinha, São Leopoldo, Santo Antônio da Patrulha, Sapucaia do Sul e Campo Bom no Rio Grande do Sul. Em Santa Catarina, a operação ocorreu em Bombinhas.

Mais de 360 agentes participaram da operação, consolidando uma ação coordenada para coibir o uso indevido de registros de CACs e a proliferação de armamentos no crime organizado.

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