O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) solicitou, nesta sexta-feira, 13 de dezembro, a prisão preventiva de um químico industrial, conhecido como o "alquimista", pela Comarca de Teutônia. Ele já havia sido detido em Taquara no dia 11 de dezembro, durante a Operação Leite Compen$ado 13, acusado de atuar ilegalmente em laticínios, descumprindo determinações judiciais estabelecidas desde 2014, na Operação Leite Compen$ado 5.
As investigações conduzidas pelos promotores Mauro Rockenbach e Alcindo Luz Bastos revelaram que, mesmo proibido, o químico continuava elaborando fórmulas adulteradas. Essas fórmulas, produzidas clandestinamente em Taquara, mascaravam leite vencido ou deteriorado utilizando soda cáustica e água oxigenada. Além disso, ele teria criado uma empresa no nome da esposa para manter a atividade ilícita, desrespeitando as restrições judiciais.
Na 13ª fase da operação, foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva e 16 mandados de busca e apreensão em cidades do Rio Grande do Sul e em São José do Rio Preto (SP). Entre os produtos adulterados, destacam-se leite UHT, soro e compostos lácteos, distribuídos no Brasil e na Venezuela. Também foi registrada a prisão em flagrante de uma funcionária de um laticínio investigado.
Desde a primeira fase da operação em 2014, o MPRS busca combater a adulteração de alimentos. Na época, o "alquimista" já havia sido preso, acusado de liderar esquemas que envolviam a adição de produtos químicos ao leite. A repetição das atividades demonstra uma grave violação às determinações judiciais e à segurança alimentar.
O alvo da operação foi a fábrica Dielat que, segundo o Ministério Público, distribui amplamente para todo o Brasil e também exporta para a Venezuela. Além disso, a mesma empresa fornece produtos lácteos para escolas e órgãos públicos. Segundo dados do Tribunal de Contas do Estado (TCE), cerca de sete cidades já receberam produtos da fábrica para merenda escolar: Alvorada (2023), Porto Alegre (2023), Taquara (2022), Canela (2020), Gravataí (2020), Ivoti (2019) e Viamão (2019).
Os produtos da fábrica que são comercializados no país são Mega Lac, Mega Milk, Tentação e Cootall; na Venezuela, é o produto Tigo.
Com a informação Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS).