Oposição na Câmara de SP nega acordo para abrir CPI contra padre Júlio Lancellotti

O pedido foi protocolado pelo vereador Rubinho Nunes (União Brasil), ex-advogado do ex-deputado estadual Arthur do Val, cassado pela Alesp em 2022 por quebra de decoro parlamentar

4 jan 2024 - 07h42
(atualizado às 11h30)

Vereadores da oposição na Câmara de São Paulo reagiram nesta quarta-feira (3) ao suposto acordo feito entre as bancadas partidárias para instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigue ONGs que fazem trabalho social na região da Cracolândia, no Centro de São Paulo, especialmente o padre Júlio Lancellotti e o movimento A Craco Resiste.

Padre Júlio Renato Lancellotti
Padre Júlio Renato Lancellotti
Foto: Reproduçõa/Instagram / Perfil Brasil

O pedido de CPI foi protocolado na Câmara Municipal em 6 de dezembro de 2023 pelo vereador Rubinho Nunes (União Brasil), ex-integrante do Movimento Brasil Livre (MBL) e ex-advogado do ex-deputado estadual Arthur do Val, conhecido como Mamãe Falei, cassado pela Alesp em 2022 por quebra de decoro parlamentar.

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O requerimento de Rubinho é um dos 45 pedidos de CPIs feitos pelos vereadores nesta legislatura. Para a comissão poder "furar" a fila das demais proposições e ser instalada, é preciso haver um acordo entre todos os parlamentares da Casa e, na sequência, que o requerimento passe por duas votações em plenário e alcance ao menos 28 votos (metade mais um dos 55 vereadores).

No pedido, Rubinho diz que a comissão tem a "finalidade de investigar as Organizações Não Governamentais (ONGs) que fornecem alimentos, utensílios para uso de substâncias ilícitas e tratamento aos grupos de usuários que frequentam a região da Cracolândia".

Os parlamentares de oposição ouvidos pelo g1 foram categóricos ao negar a existência de algum acordo para que o pedido do vereador avance na Casa.

"O Rubinho Nunes é um fanfarrão. Apesar de bom parlamentar, está jogando para a plateia dele e criando um factoide contra uma pessoa honrada e séria como o padre Júlio. Não existe acordo algum para que essa CPI seja criada. O PT é contra e vai obstruir e fazer o que for pra barrar essa ideia equivocada. É uma perseguição injustificada, com objetivo de ganhar votos extremistas na eleição de outubro em cima de uma pessoa que dedica a vida a ajudar os famintos", disse o líder do PT na Câmara, vereador Senival Moura.

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A Arquidiocese de São Paulo divulgou nota em defesa do padre Júlio Lancellotti na qual expressa "perplexidade" com a possível instalação da CPI. Veja abaixo:

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