Paciente que teve instrumento esquecido no corpo vai receber R$ 50 mil

Vanes de Jesus da Silva teve um fio-guia deixado em seu peito após um procedimento de hemodiálise; Caso ocorreu em São Vicente

21 jul 2024 - 19h55
(atualizado às 20h37)
Ele correu risco de morte
Ele correu risco de morte
Foto: Arquivo pessoal e Reprodução / Perfil Brasil

Em um caso de negligência médica, Vanes de Jesus da Silva, morador de Itanhaém, litoral de São Paulo, teve um fio-guia de cateter esquecido em seu corpo após a inserção de um dispositivo no peito durante um procedimento de hemodiálise. Ele possui diabetes e desenvolveu insuficiência renal, e fez o tratamento no Instituto Segumed, em São Vicente. O estado de São Paulo foi condenado, então, a pagar uma multa de R$ 50 mil ao paciente.

A situação começou em julho de 2022, quando Vanes precisou do cateter para seu tratamento de hemodiálise. O fio-guia deveria ter sido removido com o cateter em junho de 2023, mas foi esquecido dentro de seu corpo, estendendo-se da veia jugular até o átrio direito. Este erro só foi descoberto após ele sentir dores no peito e realizar um exame de raio-x em julho de 2023.

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Após a descoberta, o paciente enfrentou uma demora para a remoção do fio-guia, que poderia ter o matado. Foi necessário que seus advogados entrassem com uma ação judicial para que o Estado providenciasse a cirurgia de retirada. Uma liminar foi concedida, mas a cirurgia só aconteceu em março de 2024, resultando em multas que totalizaram R$ 50 mil para o Estado por não cumprir o prazo estabelecido pela Justiça.

A situação se agravou quando foi informado que não seria possível a remoção total do fio-guia, pois um pedaço ficou preso devido à formação de fibrose, causada pela tentativa mal-sucedida do médico em remover o fio a sangue-frio. Isso levou Jullyana, filha de Vanes, a ter que buscar avaliações médicas particulares para entender os riscos envolvidos com o pedaço de fio que permaneceu no corpo de seu pai.

Resposta legal ao paciente prejudicado

Embora a Prefeitura de Itanhaém e o Instituto Segumed tenham sido informados, a responsabilidade pela gestão do caso foi atribuída ao Departamento Regional de Saúde da Baixada Santista. Este departamento confirmou que a cirurgia, devido à sua complexidade, teve que ser realizada em São Paulo, no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia.

Os advogados responsáveis, Alexandre Celso Hess Massarelli e Diego Renoldi Quaresma de Oliveira, indicaram que um novo processo judicial será iniciado para buscar uma compensação para Vanes por danos morais, além dos custos médicos e de processo que já foram de responsabilidade do Estado. Enquanto isso, Jullyana expressou a esperança de que o tratamento médico adequado possa finalmente ser garantido a seu pai, além de evitar que tais erros se repitam com outros pacientes. "Lutamos para que ele tenha uma boa vida, e que esse erro não venha a se repetir com ele e com ninguém", disse em entrevista ao g1.

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*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini

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