O advogado Brás Santana é o novo defensor do médico e vereador Jairo Souza Santos Júnior, o doutor Jairinho, preso desde 8 de abril e apontado como responsável pela morte de seu enteado Henry Borel, de 4 anos, em 8 de março, na Barra da Tijuca (zona oeste do Rio). Santana substitui André França Barreto, que defendia Jairinho e sua namorada, a professora Monique Medeiros, mãe de Henry. Barreto deixou o caso na última quarta-feira (14), depois de Monique anunciar a troca de advogado. Com a mudança, Monique e Jairinho passam a ter advogados e estratégias distintas.
Os três advogados que começaram a defender Monique na semana passada - Thiago Minagé, Hugo Novais e Thaise Mattar Assad - pediram na quarta-feira (14) à Polícia Civil que sua cliente preste novo depoimento, e insinuaram que ela era coagida pelo namorado: "Esperem, sentem e ouçam a Monique falar. Até agora falaram por ela. Por incrível que pareça, a situação é tão trágica que a prisão da Monique representa a sua libertação contra a opressão e o medo. Então deixem a Monique falar", afirmou Thaise naquele dia, em entrevista concedida ao sair da 16ª DP (Barra da Tijuca), onde esteve conversando com os responsáveis pela investigação do caso.
A Polícia Civil deve anunciar nesta terça-feira (20) se vai ou não ouvir Monique. Como ela nunca demonstrou estar sendo coagida, pode ser que o delegado Henrique Damasceno, responsável pelo caso, decida concluir o inquérito sem ouvi-la novamente. Nesse caso, a mãe de Henry só teria oportunidade de mudar sua versão em juízo, durante o processo que provavelmente será instaurado após o fim da investigação.
Nesta segunda-feira (19), os advogados de Monique pediram ao Ministério Público do Estado do Rio que designe um promotor para acompanhar o caso. Eles querem que esse promotor acompanhe o segundo depoimento de sua cliente à Polícia Civil.
O novo advogado de Jairinho, por sua vez, anunciou apenas que está tomando conhecimento da investigação.