Responsável do governo pela interlocução com movimentos sociais, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, criticou nesta quinta-feira atos de repressão ao "rolezinho", movimento que levou milhares de jovens da periferia a shoppings da Grande São Paulo. Na avaliação do ministro, a repressão a esse tipo de movimento é comparável a "colocar gasolina no fogo".
"A melhor coisa é oferecer o diálogo e buscar alternativas para as manifestações dos jovens. Não considero a repressão o melhor caminho, porque tudo o que for feito nessa linha vai ser como colocar gasolina no fogo. O governo federal tem tido a atitude de compreender e estimular os governos locais a oferecerem lazer para a juventude", afirmou o ministro no Recife.
"Qualquer análise precipitada é temerária e pode incorrer em erro. Estamos na fase de tentar entender melhor esse fenômeno, que é uma manifestação por abertura de espaços para a juventude, que mostra que cada vez mais não aceita a discriminação e o fechamento de espaços reservados a uma ou outra classe social", disse.
É a primeira vez que um integrante do governo federal fala abertamente sobre o fenômeno que começou em São Paulo e que promete se disseminar pelo País nas próximas semanas. Para evitar que as ações ganhem um caráter político mais forte, a própria presidente Dilma Rousseff reuniu ministros nesta semana para se dedicar ao assunto.
Rolezinhos
A prática dos rolezinhos começou no fim do ano passado, em São Paulo. Os primeiros foram organizados por cantores de funk em resposta à aprovação pela Câmara Municipal de um projeto de lei que proibia bailes do estilo musical nas ruas da capital paulista. A proposta foi vetada pelo prefeito Fernando Haddad no início deste ano.
Muitos shoppings têm recorrido à Justiça para impedir os encontros, mas eles continuam sendo organizados. Em Brasília, por exemplo, um rolezinho marcado para o próximo dia 25, no Shopping Iguatemi, localizado num bairro nobre da cidade, já tem 1.887 pessoas confirmadas. O encontro é programado por meio do Facebook.
Com informações da Agência Brasil