Parada do Orgulho LGBT traz tom político e reúne famílias

A 23ª edição do evento é realizada neste domingo, 23, na Avenida Paulista; participantes foram ao local para apoiar filhos e amigos

23 jun 2019 - 12h47
(atualizado às 16h54)

SÃO PAULO - A 23ª edição da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo assumiu o caráter de movimento político e de oposição ao governo Jair Bolsonaro. "Resistência" é a palavra mais repetida entre os participantes do evento, que teve início por volta do meio-dia neste domingo, 23. Expectativa dos organizadores é a de reunir 3 milhões de pessoas na Avenida Paulista.

Manifestantes fazem ato em apoio à "Lula Livre"; durante a 23 Parada do Orgulho Gay na Avenida Paulista, região central de São Paulo,  neste  domingo (23).
Manifestantes fazem ato em apoio à "Lula Livre"; durante a 23 Parada do Orgulho Gay na Avenida Paulista, região central de São Paulo, neste domingo (23).
Foto: BRUNO ROCHA/FOTOARENA / Estadão Conteúdo

Ainda na concentração da parada, a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL) puxou uma vaia contra o presidente. Além de críticas ao governo, a Parada também reforçou a defesa da decisão do STF que criminalizou a homofobia. Gritos de "Lula Livre" também foram ouvidos no início do evento.

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Os primeiros discursos oficiais reforçaram o tom político. A ex-prefeita de São Paulo e senadora Marta Suplicy afirmou que essa é "a mais importante Parada da história". "É a luta contra todo o retrocesso civilizatório que tem se apresentado", completou Marta.

O deputado federal David Miranda (PSOL) também reforçou a ideia de que a Parada é um movimento político. "Esse é um movimento contra um projeto de poder que atenta contra as nossas vidas. Uma Parada que ganha mais importante porque temos um presidente declaradamente homofóbico", afirmou.

Entre os participantes, muitas famílias que foram ao evento para apoiar filhos e amigos. "É a minha primeira vez . Eu era uma pessoa com muitos preconceitos. Meu filho me ensinou a ver a vida de outro jeito. Hoje estou aqui para apoiá-lo", comentou Lourdes Fragoso, de 66 anos.

"Sou hétero, mas estou aqui pelos meus amigos. Vivemos um período de perseguição e violência contra a comunidade gay. Não vou soltar a mão deles. Mexeu com eles, mexeu comigo", falou o engenheiro Hernandes Souza, de 32 anos.

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A Parada conta com 19 trios elétricos e a participação de uma ex-integrante do grupo Spice Girls. A concentração ainda acontece na frente do Museu de Arte de São Paulo (Masp). Em seguida, a passeata desce a Rua da Consolação até a Praça Roosevelt.

Para esta edição, a atração mais aguardada é o show da cantora Melanie C, ex-Spice Girl. Também estão confirmadas Aretuza Lovi, Gloria Groove, Iza, Lexa, Luísa Sonza e MC Pocahontas.

Às 19 horas, um palco montado na Praça da República receberá shows. O tema deste ano é "50 anos de Stonewall — nossas conquistas, nosso orgulho de ser LGBT+". Ele relembra a série de manifestações da comunidade LGBT contra batidas violentas da polícia de Nova York em um bar, o Stonewall Inn, no fim da década de 1960.

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