Os participantes da 19ª edição da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo que passaram pela região do Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, no último domingo (7), emocionaram-se com um cena inesperada. Um grupo de cristãos de várias igrejas estava no local empunhando faixas em que se diziam solidários aos manifestantes e contrários à homofobia praticada por alguns religiosos "midiáticos". Ao final do evento, alguns deles usaram as redes sociais para relatar como foi a experiência: repleta de "choro, emoção e gratidão".
Casado com uma mulher e pai de duas filhas, Clauber Rocha, de 45 anos, escreveu um texto no Facebook que já foi "curtido" por cerca de 1 mil pessoas e compartilhado mais de 300 vezes. Na publicação, ele conta que foi convidado por um amigo a realizar o ato durante a Parada e, mesmo sabendo que seria criticado, aceitou. Seu cartaz dizia: "Desculpem-nos pela forma como a Igreja trata vocês #JesusCuraHomofobia". E a reação foi rápida.
"Foi tanta emoção, tantas expressões de gratidão apenas por estarmos ali. Mas quem mais se emocionava era eu, pensando o quanto Deus amava todas aquelas pessoas. Para fechar o dia, vi que uma Drag Queen toda 'paramentada' me olhava com olhos lacrimejantes, visivelmente emocionada com o meu cartaz, e fiz um sinal para ela se aproximar. Ela abraçou a minha esposa e depois me abraçou com força, agradecendo por estarmos ali e falando o quanto ela sabia que era amada por Deus. Nunca fiz tão pouco e recebi tanta gratidão", disse. Em seguida, contou que um dos trios elétricos chegou a parar na frente deles para que o porta-voz pudesse agradecê-los ao microfone.
Ao finalizar seu relato, o homem fez questão de deixar uma mensagem de esperança àqueles que acreditam que, um dia, todos poderão conviver em paz e harmonia independente de sexo, orientação sexual, identidade de gênero e religião.
"Muitos na passeata nos aplaudiam e agradeciam, fazendo de tudo para demostrar carinho por nossa atitude. Creio que reconheceram naquele pequeno grupo um amor infelizmente negado pela maior parte da Igreja. Fiquei sonhando como seria se a Igreja expressasse o amor de Jesus de forma simples e sem preconceitos (...). Entre nós, cristãos, e eles, não há diferença alguma. Somos todos iguais perante Deus. A única regra é o amor. Foi um trabalho de formiguinha, mas que me fez acreditar que podemos, sim, reverter a situação atual e que o evangelho de Jesus, que é simplesmente AMAR AO PRÓXIMO, ainda tem espaço nesta geração. É só começar", concluiu.
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Público curte a parada gay na Avenida Paulista
Foto: Debora Melo
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O tema deste ano é "Eu nasci assim, eu cresci assim, vou ser sempre assim: respeitem-me!"
Foto: Debora Melo
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A bandeira com as cores do arco-íris, símbolo do movimento LGBT, enfeita a parada
Foto: Debora Melo
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Publico participa da Parada do Orgulho LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais).
Foto: Debora Melo
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Criatividade nas fantasias é marca registrada da Parada Gay
Foto: Debora Melo
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Esse grupo se diverte e conscientiza a população sobre a falta d'água em São Paulo
Foto: Debora Melo
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Manifestantes pedem respeito à diversidade
Foto: Debora Melo
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Parada Gay deste ano conta com 18 trios elétricos
Foto: Debora Melo
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Público não deixa de tirar selfies para compartilhar nas redes sociais
Foto: Debora Melo
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Geisy Arruda participa da parada do alto de um trio elétrico
Foto: Raphael Castello
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Cartazes com dizeres contra a homofobia
Foto: Kevin David
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"Fora Cunha!", em referência ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, defensor de causas conservadoras. À esquerda no trio elétrico, Eduardo Suplicy
Foto: Niyi Fote
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Grande bandeira com as cores do arco-íris enfeita a 19ª Parada Gay
Foto: Niyi Fote
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Parada reúne pessoas de todas as idades, gêneros e crenças
Foto: Paulo Lopes
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Evento tem início na Avenida Paulista, segue em direção à Praça Roosvelt e termina na Praça da República
Foto: Paulo Lopes
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Público comparece em peso à Parada Gay de São Paulo, considerada uma das maiores do mundo
Foto: Rogerio Cavalheiro
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A senadora Marta Suplicy e o secretário de Direitos Humanos e Cidadania do Município de São Paulo participam da parada
Foto: Vilmar Bannach
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Participante se veste como o cantor Ney Matogrosso
Foto: Debora Melo
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Flores e rosa foram usados na fantasia deste participante
Foto: Debora Melo
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Homem que se envolveu em uma briga e foi ferido é socorrido durante a 19ª Parada do Orgulho LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais)
Foto: Paulo Lopes
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Fernanda Lacerda, a Mendigata, do Pânico, participa da parada
Foto: Francisco Cepeda
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Uzo Aduba, atriz da série Orange is the New Black" também marcou presença no evento
Foto: Francisco Cepeda
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Samira Wiley foi outra integrante do "Orange is the New Black" a participar da parada
Foto: Francisco Cepeda
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Para completar o trio, Natasha Lyonne, da série "Orange is the New Black" esteve no alto de um trio elétrico
Foto: Francisco Cepeda
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Casal vestido de noivas levaram romantismo à parada
Foto: Marcelo Parmeggiani
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Modelo e atriz transex Viviany Beleboni se 'crucificou' para protestar contra a homofobia
Foto: Marcelo Parmeggiani
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Não faltaram vestimentas coloridas na Parada Gay
Foto: Newton Menezes
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As atrizes da série "Orange is the New Black" curtiram a parada
Foto: Raphael Castello
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Participante criou fantasia com fios e pregadores
Foto: Paulo Lopes
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Esses participantes usaram o 'kilt', saia escosesa
Foto: Paulo Lopes
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Destaque em um dos trios elétricos da Parada Gay
Foto: Renato Cerqueira
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Cores não faltaram nas vestimentas dos participantes
Foto: Renato Cerqueira
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Valesca Popozuda fez o povo dançar
Foto: Thiago Duran
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A cantora Wanessa se apresenta durante a 19ª Parada do Orgulho LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais)
Foto: Paulo Lopes
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Participante se vestiu de abelha para a Parada Gay
Foto: Yuri Alexandre
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A modelo Tati Minerato esteve na parada
Foto: Divulgação
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Trios elétricos animaram a Parada Gay neste domingo
Foto: Elisa Matile
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Participantes usaram as cores da bandeira LGBT para curtir a festa
Foto: Elisa Matile
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Participante da 19ª edição da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo posa para foto na avenida Paulista
Foto: Elisa Matile
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O evento começou por volta das 10h
Foto: Elisa Matile
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O tema deste ano é "Eu nasci assim, eu cresci assim, vou ser sempre assim: respeitem-me!", inspirado na música tema de Gabriela, personagem criado por Jorge Amado
Foto: Elisa Matile
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A prefeitura de São Paulo gastou cerca de R$ 1,3 milhão na estrutura do evento
Foto: Elisa Matile
José Barbosa Junior, responsável pelo movimento "Jesus Cura a Homofobia" e um dos organizadores do ato dos cristãos, também fez um breve relato na mesma rede social. Ele disse ter se surpreendido com a repercussão da mobilização e ficado satisfeito com a "oportunidade maravilhosa" que eles têm agora de iniciar um diálogo entre a igreja e a comunidade LGBT.
"Fico muito feliz, por um lado, ao perceber que ações de paz e respeito às diferenças ainda surtem efeito num mundo cada vez mais belicoso e violento. Por outro lado, ainda estou assustado com a repercussão. No sábado, ainda antes da Parada Gay, um amigo me disse: 'Junior, você tem noção de que criou um movimento?'. Não, eu não tinha essa noção. Hoje, ao não dar conta nem de conferir as citações à nossa intervenção, começo a suspeitar disso. Ainda bem que não estou sozinho nessa", afirmou.
"É hora de ir com calma, não trocar os pés pelas mãos, ouvir as pessoas, enfim, não nos precipitarmos, mas também não perdermos a oportunidade maravilhosa que surge de começar, para valer, um diálogo entre Igreja evangélica e comunidade LGBT que aponte para um mundo melhor, mais digno, mais humano, onde o amor seja a medida de todas as coisas. Estamos só começando", finalizou.
Parada Gay tem porta-bandeira e Carnaval fora de época