Parentes e amigos enterram vítima de tragédia em obra da Copa

4 jul 2014 - 18h03
(atualizado às 18h18)
Revolta tomou conta do velório da motorista de ônibus morta na queda do viaduto em Belo Horizonte
Revolta tomou conta do velório da motorista de ônibus morta na queda do viaduto em Belo Horizonte
Foto: Marcellus Madureira / Especial para Terra

Às 17h, quando começava a partida entre Brasil e Colômbia pelas quartas-de-final da Copa do Mundo, tinha inicio o enterro da Hanna Cristina dos Santos, motorista do ônibus que foi parcialmente destruído pelo colapso de um viaduto em Belo Horizonte, na tarde de ontem. A obra pertencia a melhorias de mobilidade urbana na capital mineira por ocasião da Copa do Mundo, mas não ficou pronta a tempo.

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O adeus a Hanna começou cedo, quando parentes e amigos acederam ao local do velório para começar a se despedir de uma das duas vítimas da tragédia de ontem. A dor da perda se misturava com a indignação das circunstâncias do acidente.

"Não tive nenhum apoio da prefeitura ou da construtora", disse Analina, 51 anos, mãe de Hanna, para cujo velório a Cowan, empreiteira do viaduto Guararapes, mandou uma coroa de flores. "Ninguém está pedindo coroa. Tem muitas coroas lá dentro, de amigos. Eles (a empresa) não fizeram nada por nós, não houve nenhuma assistência".

O micro-ônibus dirigido por Hanna era de propriedade de sua família e prestava assistência no transporte metropolitano de Belo Horizonte. "A nossa ferramenta, nosso ganha pão, foi destruído."

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Ânderson Elisiano, ex-marido de Hanna e pai da filha de ambos que estava no ônibus no momento do acidente, acompanhava a cerimônia cuidando da menina. "Ela era muito apegada à mãe, dormia abraçada com a mãe, tinha febre sem ela", contou o pai sobre a filha que, de férias, estava ontem acompanhando um dia de trabalho da mãe.

Testemunha diz que jovem morta evitou tragédia ao frear
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"Peguei instruções de um psicólogo para saber como dar a notícia. Falei pra ela que ela nunca mais vai ver a mãe, que a mãe virou estrelinha e ela não conseguiria mais conversar com ela. Que, para conversar, teria que fechar os olhos", contou.

Durante o velório, a irmã de Hanna, Priscilla Santos, passou mal e desmaiou. Uma equipe de telejornalismo que cobria o adeus tentou filmar o momento, o que gerou desconforto e indignação dos familiares. O enterro foi realizado sem a presença da imprensa.

Foto: Arte / Terra

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Fonte: Especial para Terra
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