O Parque Estadual do Juquery, em Franco da Rocha, na Grande São Paulo, teve mais da metade da sua área destruída por um incêndio, iniciado neste domingo, 22. A unidade tem histórico de perdas causadas pelo fogo nos últimos anos. Práticas criminosas, como soltura de balões e queimadas, estão entre as causas mais frequentes das ocorrências. Criado em 1993, a unidade é um dos últimos remanescentes do Cerrado na região.
Em 2016, o fogo consumiu 265 hectares de vegetação do parque, deixando rastro de animais mortos ou feridos. Três anos antes, em 2013, um incêndio causado pela queda de balões atingiu 40% de sua extensão. A queimada deste domingo também foi iniciada por um acidente com um equipamento do tipo.
Por causa da sua localização, na Grande São Paulo, e à expansão urbana em seu entorno, o espaço é constantemente ameaçado pela ação humana. Nas estações mais secas, uma guimba acesa de cigarro descartada próxima à vegetação basta para dar início a um incêndio, que depois é espalhado pela ação do vento.
Com cerca de 2 mil hectares de área, o parque leva esse nome por causa da ocorrência em abundância, à margem dos rios da região, da Yu-Kery, planta da qual os indígenas extraíam sal para temperar alimentos. A unidade integra a extensão da bacia hidrográfica do Alto Tietê, e, além do Cerrado, preserva áreas de mananciais do Sistema Cantareira, que está em alerta diante da queda do nível dos reservatórios com a falta de chuvas.
O Parque do Juquery oferece cinco opções de trilhas ecológicas para os visitantes. Seu principal atrativo turístico é o Ovo do Pato, morro com 942 metros de altitude de onde se vê o corredor ecológico formado pelas áreas protegidas. Gerenciado pela Fundação Florestal, a unidade registra espécies importantes da fauna e da flora, como cachorros-do-mato, veados-campeiros, jaguatiricas, frutas-do-lobo, angicos, copaíbas e cambarás.