O Conselho Regional de Medicina do Estado de Pernambuco (Cremepe) informou que vai investigar o médico que fez uma "harmonização de bumbum" em Adriana Soares Lima Laurentino, de 46 anos, que morreu horas após se submeter ao procedimento estético.
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Em nota enviada ao Terra, o Cremepe disse que, até o momento, não recebeu nenhuma denúncia formal sobre o ocorrido e esclareceu que decidiu abrir a investigação por iniciativa própria.
"Será aberto um expediente ex officio, o qual seguirá em sigilo processual para preservar a integridade da investigação. As ações estão sendo conduzidas de acordo com as diretrizes do Código de Processo Ético-Profissional (CPEP), estabelecido pela Resolução CFM nº 2.306/2022", informou.
Ainda de acordo com a nota, em virtude da repercussão do caso, o órgão realizou, na segunda-feira, 13, uma fiscalização emergencial na clínica onde o procedimento em Adriana foi feito.
"Durante a vistoria, foi constatado que o médico responsável pelo atendimento não possui registro regular junto a este Conselho Regional e que o ambiente em que o procedimento foi realizado não é adequado para a realização desse tipo de intervenção, o que o torna incompatível com os requisitos de segurança exigidos pelo Conselho Federal de Medicina (CFM)", afirmou o Cremepe.
O Terra também entrou em contato com a Polícia Civil a respeito do caso e aguarda retorno.
Entenda o caso
Adriana Soares Lima Laurentino, de 46 anos, foi encontrada morta no banheiro de casa depois de realizar uma "harmonização de bumbum" -- procedimento que promete ganho de volume na região e redução de flacidez e celulites -- no sábado, 10, realizada pelo médico Marcelo Alves Vasconcelos na clínica Bodyplastia, no Recife (PE).
Familiares de Adriana contaram à TV Globo que a mulher se queixou de dores intensas logo após ser liberada pela clínica. Segundo eles, o procedimento foi feito com polimetilmetacrilato, uma substância conhecida como PMMA. A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) é contrária ao uso de PMMA injetável em procedimentos médicos e no ano passado recomendou que a Anvisa banisse esse material.
O atestado de óbito de Adriana diz que ela morreu de "choque séptico" e "infecção no trato urinário".
"Como uma pessoa em plena saúde, após um procedimento, em poucas horas, acaba morrendo? A gente está sofrendo muito. O filho dela é muito grudado com ela, ele está em choque. [...] Era uma pessoa que estava cheia de sonhos, se cuidando. É um procedimento caro e que acabou com a vida da minha prima", disse a empresária Rita de Cássia Barros à emissora.
À TV, por meio de sua defesa, o médico afirmou que não há relação entre a morte de Adriana e o procedimento que foi feito. Também não confirmou se a substância usada era PMMA e disse que não pode divulgar detalhes sobre o procedimento "tendo em vista o sigilo profissional que é imposto ao médico pelo Código de Ética Médica".
"A paciente não tinha qualquer comorbidade ou contraindicação para o procedimento realizado, quer seja bioplastia glútea, sendo todas as etapas do procedimento cuidadosamente planejadas e executadas, seguindo os mais rigorosos padrões de segurança e qualidade", diz a defesa.
O Terra também entrou em contato com o médico e com a clínica e aguarda retorno.