O pedreiro Isaías dos Santos, de Sumaré, em São Paulo, decidiu colocar a própria casa à venda e fez um apelo, por meio de uma pichação. A pressa tem um motivo, ele precisa do dinheiro para pagar uma cirurgia necessária para a condição que enfrenta: "Isso é um pedido de socorro", diz um trecho da mensagem.
"Tenho problema na coluna. Só uma cirurgia resolve esse problema. Sofro há 2 anos com as dores. Os medicamentos que os médicos passam já não fazem efeito. Já tentei recorrer de todas as formas possíveis. Vou várias vezes à UPA e nada resolve. Eu vendo minha casa para fazer cirurgia. A cirurgia ficou no valor de R$ 100.000,00. Isso é um pedido de socorro", escreveu o morador.
Ele guarda os papéis que mostram a passagem por diferentes médicos, tanto na rede pública, quanto na particular. Em abril do ano passado, um exame indicou a urgência da cirurgia, que foi recusada algumas vezes.
"Estou há dois anos vivendo essa vida, não ando mais pra canto nenhum, só dentro de casa. [...] Eu preciso de uma cirurgia da hérnia de disco e de uma perda de cartilagem na coluna. O médico falou que tem que colocar um pino na coluna porque eu perdi toda a cartilagem", lamentou o homem em entrevista para a EPTV, afiliada da TV Globo.
Em novembro de 2022, uma médica chegou a apelar ao Hospital da Unicamp para que o procedimento fosse realizado. O pedido foi endossado pelo Centro de Neurologia, mas a cirurgia não ocorreu.
"O médico falou: 'Isaías, essa cirurgia é para você sorrir, para você andar, não é para trabalhar mais. No final do ano vai completar dois anos que eu estou nessa situação. Eu me sinto abandonado por Sumaré, eu já corri para todo lado, pedi socorro para todo lado e eles não fazem nada", explicou.
Isaías mora sozinho e conta com a ajuda da família, em especial da irmã, para realizar tarefas cotidianas. Além dos familiares, o pedreiro também conta com o auxílio de vizinhos para manter a casa organizada e buscar remédios, por exemplo. Atualmente, Isaías anda muito pouco dentro de casa, sempre com a ajuda de uma muleta.
A reportagem procurou a Secretaria de Saúde da cidade de Sumaré, que ainda não retornou as indagações. O espaço continua aberto.